Ver o tópico anterior Ver o tópico seguinte Ir para baixo

[RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black

[RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black Empty [RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black

Mensagem por Thomas L. Souteyrand Seg maio 27, 2019 3:25 am

I look inside myself and see my heart is black
A passagem a seguir é FECHADA AOS ENVOLVIDOS. Os envolvidos são Valentin Lancaster e Thomas L. Weingarten. Na Alemanha, por volta das 10h. O conteúdo que o texto aborda é SOMENTE PARA MAIORES.

Thomas L. Souteyrand
[RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black YXxUS75

48

27/04/2019

Palácio

Thomas L. Souteyrand

Ir para o topo Ir para baixo

[RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black

[RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black Empty Re: [RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black

Mensagem por Valentin Lancaster Ter maio 28, 2019 9:22 pm

you again?



De todos os distritos de Weingarten, El Diablo era o que eu menos visitava, nunca indo para lá a não ser quando estritamente necessário. Vlitra também era outro local difícil de eu visitar, apesar de nos momentos de lazer e tempo livre eu gostar de ir passear pelos campos verdejantes. Porém, apesar de eu odiar a alta criminalidade e o descaso do governo pelo povo de lá, eu precisava utilizar algum barco para poder atravessar o rio e seguir rumo a Hamburgo, num palácio de nome Schwerin. Não sabia como iria encontrar a tal estátua com um livro vermelho, mas planejava me arriscar mundo afora para conseguir isso. Eu não podia simplesmente ir a Le Ange e avisar que sairia para caçar um objeto relacionado a uma profecia que um espírito me dera. Eles ririam e diriam o quão louco eu havia me tornado.

Tentei não ser notado e, graças a isso, criei uma manta escura e cobri meu rosto com um capuz, mudando a minha aparência de acordo com as ruas pelas quais eu passava. Já em Kaleo, prestes a ir para o distrito de El Diablo, me transformei numa abelha e passei sem maiores problemas pelos guardas que resguardavam os portões, voltando ao normal em um beco, mudando a minha aparência para a de uma mulher que vi passando pela rua, depois aparentando ser uma criança e um idoso, tudo no intuito de não ser seguido por ninguém. Claro, haviam pedintes nas ruas e possíveis criminosos que mantinham o olho em mim, de forma que era preciso eu me desdobrar e ser ágil, mudando minha aparência sempre que possível e quando ninguém notava, até que cheguei no porto e encontrei um grupo de piratas. Eles bebiam rum, gin e jogavam cartas numa mesa, com um teto de madeira improvisado protegendo-os da garoa leve que caía.

Era hora de deixar as coisas fluírem.

Comecei a exalar feromônios, enquanto logo era notado pelos cinco homens e recebia olhares de admiração, tesão e adoração. Sorri assentindo para eles, já em minha forma verdadeira. Os soldados da tropa expedicionária raramente eram reconhecidos pela população, já que vivíamos fora das muralhas ou treinando dentre de Le Ange, sem nos envolvermos diretamente com a população. Sendo assim, não me preocupei em ser reconhecido. Retirei o pacote de moedas, jogando-o na mesa. Todos eles passaram a vasculha-las, alguns lambendo e outros mordendo as moedas de ouro, atestando que eram reais. As criei através de meu próprio corpo, claro, porém elas eram reais, querendo eles ou não.

— Aonde quer ir, rapaz? — perguntou um homem parrudo, de barba rala e cinza, cujos cabelos eram penteados de lado. Ele tinha olhos castanhos e mantinha um charuto aceso na boca, grosso e que exalava fumaça em excesso.

— Hamburgo, Alemanha, mais precisamente ao palácio de Schwerin. Lá tem algo que pode ser útil para vocês e para mim. Estátuas de ouro e objetos valiosos de prata e incrustados com diamantes. — Fui direto ao ponto, afinal não tinha motivos para mentir. Claro, eles eram piratas e ligavam apenas para o dinheiro, então além do pagamento eles ainda poderiam ter a chance de pegarem uma quantidade grande de ouro.

Eles se entreolharam, enquanto o líder deles parecia ponderar. Eles sussurravam, conversavam entre si baixinho enquanto eu permanecia imóvel, apenas esperando. Eles assentiram, enquanto o capitão se colocava de pé e estendia a mão, a qual apertei com força e o fiz alisar a mesma depois do aperto.

— Vai querer dividir o ouro, não é? Você deve ser rico e bem-informado para saber desse palácio cheio de ouro. Quem é você? — perguntou o capitão, puxando uma faca cuja lâmina se encontrava cravada na madeira da mesa, apontando-a para mim, inquisidor.

— Quem eu sou não é importante, mas contatei um espírito que me contou sobre o palácio ser cheio de tesouros. Tudo o que eu quero é um objeto de inestimável valor emocional, já vocês podem ficar com todo o resto, desde o ouro a prata e aos objetos preciosos. Não ligo para isso, já sou rico o suficiente. — Dei de ombros, recebendo um olhar de desconfiança por parte dos homens, semicerrando seus olhos e se encarando, quase como se eles conversassem telepaticamente.

— Certo, bem-vindo a bordo do Sereia Dourada, rapaz. — Falou um segundo pirata, este de fios compridos e de cor rosa, com olhos de mesma cor.

***

Embarcamos meia hora depois, recebi feijão e carne de porco como alimento, o qual dispensei e preferi apenas ficar próximo do navio enquanto todos os preparativos eram arrumados, desde o carregamento de armas, comida e proteção. Todos os cinco piratas já se encontravam a bordo enquanto eu subi por último. Já na rampa de acesso, congelei assim que percebi algo no canto do olho esquerdo; uma figura que se esgueirava pela corda do navio ao fundo, entrando no mesmo. Quem ou o que poderia ser? Pensei na possibilidade dos piratas estarem armando para me matar ou algo do tipo, mas eles já estavam sob efeito dos feromônios, então dificilmente eles conspirariam contra mim – a não ser que um deles tivesse algum tipo de poder que anulasse isso.

— Onde fica o banheiro? — perguntei, recebendo a instrução e então entrando no navio propriamente dito, indo na direção dos fundos enquanto minhas duas mãos tomavam a forma de espadas, tornando-se afiadas e de metal.

Cada passo era cuidadoso, buscava ficar atento e, à medida que ia chegando aos fundos, sentia que estava mais perto da figura misteriosa. Quem seria ele e o que ele queria invadindo justamente aquele navio? Ouvi um passo suave e quase mudo graças a minha audição aguçada – havia mimetizado as orelhas de um lobo para ficar mais esperto –, então abri a porta à minha direita e me encontrei numa sala escura e cheia de caixas, mas já sentia o cheiro que vinha dali.

— Quem é? — farejei o ar, reconhecendo aquele cheiro graças aos dons canídeos que eu tinha no momento. Thomas. — Thomas? — desfiz as lâminas e meus braços voltaram ao normal, enquanto colocava as mãos na cintura. — O que merda você tá fazendo aqui? Tá atrapalhando o meu plano!

Não via Thomas se faziam anos desde que nos separamos. Como um soldado, era difícil namorar um príncipe, apesar deste ser bastante livre e não ser o primeiro da família nobre a se envolver com militares e pessoas não-nobres, entretanto, o que realmente nos fez seguir caminhos opostos havia sido a descoberta de que Thomas era um mercenário. Não, não um mero mercenário, mas sim um assassino frio e cruel que matava de acordo com a sua vontade e com sua justiça. Isso havia sido um ponto frio na nossa relação e, sem aguentar aquilo, fui embora e nunca mais olhei para trás. Bem, pelo menos até agora.

Valentin Lancaster
135

12/04/2019

Base militar de Le Ange

Valentin Lancaster

Ir para o topo Ir para baixo

[RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black

[RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black Empty Re: [RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black

Mensagem por Thomas L. Souteyrand Qua maio 29, 2019 3:14 am



Secrets



Não pensei sobre isso antes de ser tarde demais, podia ser excesso de confiança, ou estupidez da minha parte. O adversário da vez não era apenas um criminoso, era uma frota de piratas, mas a inteligência — vulgo eu — queria o prato principal e não apenas acabar com os aperitivos capitães que apareciam no porto. O problema com certeza era maior do que eu podia imaginar, mas não saberia dos limites sem tentar. Com o disfarce mantido, não haveria problemas em sumir da vista deles independente do que encontrasse no destino.

Comecei bebendo um pouco na noite anterior no bar com piratas atrás de um trampo e seguindo a onda com mais bebedeira, umas brigas falsas e mulheres paquerando. Algumas histórias contadas como homens arrependidos, ou falando de histórias de homens mortos, enfim me aproximando dos caras certos pelo que ouvia ser bem relacionado ao mar e barcos. Depois de algumas bebidas parecia que o disfarce já não era tão importante que o ego em meio aos outros e isso era favorável para minha aproximação e interesse em saber mais dos homens certos.  

Logo um deles depois de uma boa quantia de álcool e muitas histórias, um deles ofertando uma vaga no navio, pois parecia que havia tido uma baixa na viagem anterior. Sem deixar transparecer que aquilo era bom, fiz alguma piada idiota questionando parada e bebida durante a viagem. Recebendo a garantia de poder beber muito no caminho todo e mais ainda no destino, havia uma vida fora daqueles muros que mentiam para o povo. Imaginava mesmo o mundo que devia haver mesmo, cheio de problemas e criminosos.  

Segui o outro com as prostitutas presentes, eram algum tipo de acordo do capitão com o bordel que íamos nos satisfazer. A cena fora engraçada até que ele chegou no quarto e desabou aos pés da cama, sorri agradecendo os serviços, mas o deixaria dormir. Nada levantaria daquele quarto até de manhã, seguindo para o interior e então elas perguntaram por mim. Olhei para o outro morto no quarto e a noite que ainda precisava passar, não poderia negar uma noite de sexo antes da viagem no mar.  

Convidei as duas para o quarto e não vou narrar aquela noite, foram excelentes momentos para quem estava presente. As melhores para sua noite só no Jardim do Éden, o maior bordel de El Diablo. Aquilo com certeza renderia outros serviços em memória daquela noite. Acordando com água no rosto e então aquele monstro todo destruído reclamando que nem se divertiu com as meninas. Sorri malicioso me levantando da cama e o segui até o navio reclamando que eu o deixei dormir e que estava doido pra transar ontem.  

Sem dúvidas, quem chama as mulheres de chatas é porque nunca ouviu um pirata de ressaca reclamar que não transou antes de zarpar. É tão chato que quase dá vontade de ajudar se a pessoa não fosse tão insuportável, realmente ela pede para ser ajudada, mas não dá pra ajudar ela porque ela é chata. Como uma cobra se comendo, não tem fim e não faz sentido. O capitão logo ficou à vista, não por tamanho, ou presença, era o chapéu mesmo, ENORME e chamativo. Na aproximação o outro já me mandara calar a boca que ele falava, confirmei com a cabeça com uma leve discussão entre eles como se fossem tiros.

Quem é ele? - O capitão puxou o cabo do sabre e o deixou cair ainda me olhando nos olhos.  

Novo recruta, Capitão. - O braço do outro me envolveu em um abraço tentando me sacudir apesar de eu ser maior.

Onde o conheceu? - Semicerrou os olhos me avaliando.

No Jardim do Éden, ele foi o com melhores histórias. - Ele bateu no meu ombro e então o Capitão se aproximou de mim questionando alguma coisa dentro de mim.

O que exatamente você quer? - Ele só faltava me beijar de tão perto estava, o bafo dele conseguia ser mais potente que todo o rum da noite anterior.

Levantei o rosto e abri minha camisa pela esquerda mostrando uma ferida costurada, ainda o olhando no rosto: - Quero me vingar. Me traíram e eu vou cobrar com juros o tempo que fiquei parado me recuperando. - O sorriso do capitão pareceu uma coleção de tesouros tendo um dente de ouro, outro de prata e até mesmo um faltando. Me abraçou como se eu fosse um filho me sacudindo: - Esse aqui não tem piedade. Finalmente um pirata de verdade.

Me largou do abraço rapidamente e me empurrou para a ponte do barco, mandando o outro me deixar com as caixas. Para organizar as coisas nos fundos e ficar pronto com as mercadorias. Não entendendo direito, mas seguindo o outro até o compartimento cheio de caixas que eu devia organizar ali dentro. Confirmei com a cabeça e aos poucos fui pegando as caixas para arrumar dentro da sala. Aumentando as fileiras e com a telecinese facilitando muito quando não se é visto. Pelo menos até que saímos do porto e então notei uma presença diferente ali, não era um pirata que havia subido por último.

Me escondi dentro da sala, não sabia quem era, só conseguia lembrar que reconhecia antes de entrar para os fundos e colocar minha cabeça no lugar. Alguém que entrara por último, ou era um criminoso contratando o navio, ou quem sabe um soldado procurando alguém em especial. A dúvida de terem me encontrado me embrulhava o estomago, colocando em dúvida o sexo com as meninas e até mesmo a noite no bordel. Me odiava por duvidar de mim mesmo, mas o barulho da porta permitiria essa reflexão mais tarde.

Controlando minha respiração ouvindo o questionamento, e então com as mãos prontas para atirar a caixa numa fileira alta como uma avalanche sobre quem fosse a origem da voz. “Thomas?” Meu nome gelou na minha espinha, registrando a imagem em seguida, era Valentin. Não fazia qualquer sentindo um soldado da tropa ali, e sozinho. A postura dele foi melhor que um balde de água fria me acordando daquele susto, minha mão direita o empurrando com uma vibração até a parede atrás dele. Me aproximei semicerrando os olhos: - Eu estou te atrapalhando? Eu estou tentando entrar no navio desde ontem à noite. Você tinha que escolher esse?

Me virei negando com a cabeça. Não queria assimilar justamente ele naquele lugar, não fazia sentido e parecia claro que ia desviar todo o rumo do que eu pretendia fazer. Meu peito puxou mais ar lembrando do objetivo que tinha, me virando novamente pra ele e me controlando para não usar novamente os poderes: - Eu pretendo desmantelar os piratas na fonte, mas e você? Com certeza sozinho, o soldado da tropa não pode ter permissão. O que está tentando fazer?

valeu @ carol!

Thomas L. Souteyrand
[RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black YXxUS75

48

27/04/2019

Palácio

Thomas L. Souteyrand

Ir para o topo Ir para baixo

[RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black

[RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black Empty Re: [RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black

Mensagem por Valentin Lancaster Qui maio 30, 2019 11:15 am

you again?



Meu plano estava prestes a ser destruído por Thomas. Logo ele, de tantos navios para ele invadir, precisava ser justamente esse? Lembro-me de como se fosse ontem, quando eu havia descoberto sobre a vida de mercenário do príncipe e havia brigado com ele. Minha vontade agora era de bater nele e deixa-lo a mercê dos piratas e então fugir dali. Mas eu não podia fazer, não agora, precisava ir a Hamburgo e não podia simplesmente adiar aquela descoberta acerca da profecia. Ele parecia diferente, seus cabelos estavam ainda maiores do que eu me lembrava e suas roupas eram surradas, podia ver pequenos indícios de que ele havia apanhado e era como se a vida estivesse cobrando fisicamente o preço de sua vida de labuta caçando e matando bandidos. Fui surpreendido por seus poderes e me vi prensado contra uma parede, fazendo-me permanecer imóvel e obediente, como Thomas gostava – eu podia ser bem escorregadio quando preciso.

— Claro, eu preciso ir a um lugar e esses eram os mais competentes para me levar lá em menos tempo e sem atrair atenções. E você, o que faz aqui? — respondi-o, mesmo que atravessado, minha vontade era a de me tornar intangível e sumir, porém precisava bancar o garoto obediente para Thomas. Sussurrava, aproximando-me do moreno para que não fôssemos ouvidos e então me vi solto de sua vibração. Fui questionado sobre minhas ações, porém permaneci quieto. — Ah, já sei, matar todo mundo e fugir? Bem, faça isso se quiser, mas não sem antes eu ir até Hamburgo e fazer o que eu tenho de fazer. Vou até a cidade, faço o que tenho de fazer, pego o que eu tenho de pegar e aí você mata eles e nos traz de volta. Pode ser? — perguntei, erguendo a mão para um aperto suave.

A verdade era que eu ainda sentia algo por Thomas. Tivemos uma conexão íntima que ia além do sexo, eu não costumava me apegar a ninguém e eu realmente podia afirmar que aquele sentimento era recíproco, mas o príncipe babaca inventou de estragar tudo. Eu aprendi desde cedo com meu pai a ter uma moral inabalável, a nunca me misturar com bandidos e a sempre saber onde ficava meu norte. Por um bom tempo achei que Thomas fosse o meu norte, mas acho que eu estava errado. Engoli em seco, passando a mão pela nuca e então exalei com o ar preso em meus pulmões, pois até respirar dele parecia errado e uma provocação.

— Olha, sei que isso para você deve ser divertido ou necessário, mas eu peço que não mate esses bandidos, está bem? Preciso que eles me levem a Hamburgo, tem algo envolvendo a minha família por lá e eu preciso saber do que se trata exatamente. Ou, se quiser mate-os, mas pelo menos me leve até lá, caso você seja um pirata tão bom assim! — não pude deixar de soar sério demais enquanto praticamente implorava, quase que eu raramente fazia, mas aquele momento era decisivo e eu não conseguia fingir alguma outra coisa. Acabei por sorrir ao brincar com seu disfarce de pirata, dando um empurrãozinho no seu peitoral e sentindo-o maior, o que me fez alisar a área e comprimir os lábios e umedecer o lábio inferior. — Anda malhando? Gostei. — Belisquei seu mamilo esquerdo, mas logo recuei.

Não podia me arriscar ser visto aos beijos com um pirata que, em teoria, eu mal conhecia, então rapidamente ajeitei minhas vestes e encarei Thomas esperando por sua resposta.

Valentin Lancaster
135

12/04/2019

Base militar de Le Ange

Valentin Lancaster

Ir para o topo Ir para baixo

[RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black

[RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black Empty Re: [RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black

Mensagem por Thomas L. Souteyrand Qui maio 30, 2019 12:20 pm



Secrets



Ele vai me atrapalhar, era o que o demônio interior sussurrava. Cada célula do meu corpo tinha o impulso de deixá-lo desacordado e jogar pra água, estávamos perto do porto ainda, com certeza conseguiria voltar sozinho.  

Se um soldado da tropa saiu escondido e morrer, ninguém notaria. Agora nem a versão angelical me trazia bons pensamentos, realmente ele não trazia o melhor de mim. Ainda estava grande com aquela cara idiota de soldado bom, ele não parecia conseguir ficar feio, parecia um talento natural. Esses pensamentos afastando a ideia de o matar, ou de abandonar ele me fazia revirar o estomago. Cada minuto perdido era uma distância a mais para não o querer soltar no mar sem qualquer terra próxima.

Neguei com a cabeça sorrindo: - Se esses são os mais competentes que encontrou, você vai morrer sem mim e no meio do nada. - Inclinei a cabeça ainda sorrindo como que por educação e relaxei o rosto voltando a ouvir.  

Ele tinha uma boa proposta, concordando com a cabeça e o demônio adicionando uma adição à proposta dele. Ah e enquanto nós cuidamos da navegação ele te fode porque quer rever os velhos tempos.

A versão angelical gargalhou e foi como ouvir palmas. Só em seus sonhos.

Me aproximei dele e passei a mão para o braço dele estendido e a outra mão nas costas da mão estendida, sorri e empurrei a mão aberta dele para sua virilha. Passei minha mão pela dele e apertei sua virilha abrindo a boca com uma falsa surpresa. Me afastei um pouco e subi minhas mãos para limpar seus ombros de alguma poeira do empurrão: - Não se preocupe com meus interesses. Pelo visto estaremos com você nessa sua missão e voltamos juntos.

Não via uma versão da realidade que ele me trairia ali revelando que eu era o príncipe, mas a parte do meu objetivo ainda era um risco se ele resolvesse se empolgar com a tal missão. Ele estava sozinho ali, mas ainda assim não quer dizer que ele era menos perigoso, ou fraco por qualquer modo. Estávamos em um barco com desconhecidos por interesses diferentes e uma desconfiança justa. Achava até bom que ele não confiasse em mim, também não confiava no exército.  

Tornando a falar com algum tipo de pedido, bati no ar dando de ombros e lembrando da comida que recebi mais cedo. Subi numa das caixas, sentando e começando a comer ainda o ouvindo fazendo seu peito como se eu tivesse tudo sob controle. Não conseguia aceitar que ele de fato considerava que eu estivesse no comando da tripulação, ou que fosse o atrapalhar drasticamente. Repensaria nossa história mais tarde, não lembrava de ser esse monstro egoísta e destrutivo. Ironicamente, os únicos que podiam me julgar era a equipe funerária dos distritos, com certeza colocando meu nome nos casos certos iriam fazer um belo comentário dos meus serviços.

Me distraindo com meus pensamentos do passado pelas suas palavras venenosas e então ele me empurrando, alisando e apertando meu peito. Estreitando os olhos e batendo na mão dele: - Abusado. Meu corpo minhas regras. - Comendo mais um pouco da lata, o feijão tinha um gosto mais fraco por falta de tempero, mas a carne supria parte desse desfalque de gosto. Revirei os olhos o olhando ainda um pouco irritado com a mão boba: - Eu não sei o que acha que eu faço da minha vida, mas eu não sou um monstro sem motivos.

Entortei a boca e balancei a mão vazia um pouco: - Você estragou o meu plano? Sim. Mas estragar o seu não vai me ajudar, você os contratou de algum modo. - Pulei da caixa me aproximando dele e bati com as costas da mão vazia em seu rosto: - Uma pena que deu o azar e eu vou junto, querendo você, ou não. - Balancei a mão por cima do ombro chamando-o para fora da sala: - Agora vamos que eu já terminei o que fazia e você já foi no banheiro. - Com certeza não teria aquela missão que eu havia planejado, ele havia feito algum acordo com eles que mesmo eu não respeito todo o rumo foi alterado.

As palavras dele se justificando me fez cogitar hipóteses se sumisse com ele, iriam procurar e talvez me entregaria. Caso fosse nessa missão, não abandonariam ele sem o pagamento e novamente iria apenas estar nesse percurso até o objetivo e voltando pro porto. Não havia um meio termo indo até o porto principal de piratas, ou seja, ele realmente estragou meu plano completamente e assim como não posso abandonar ele, acredito eu que o outro não faria comigo também. Chegando no convés sendo recebido por um dos desconhecidos me mandando descer para ajudar na cozinha porque havia mais comida a ser preparada para mais tarde.

Confirmei com a cabeça sem qualquer discordância até que recebi a mão no ombro que me fez parar. Me virei e o homem mandou eu levar o passageiro comigo para o deixar no dormitório de uma vez. Confirmei com a cabeça e indiquei para Valentin que não nos conhecíamos oficialmente para me seguir. Do outro lado do barco, descendo um pouco para os dormitórios — vulgo redes — deixando o hóspede confortável para sua estadia sem estrelas para o primeiro dia.

valeu @ carol!

Thomas L. Souteyrand
[RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black YXxUS75

48

27/04/2019

Palácio

Thomas L. Souteyrand

Ir para o topo Ir para baixo

[RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black

[RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black Empty Re: [RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black

Mensagem por Valentin Lancaster Qui maio 30, 2019 2:41 pm

what you want to do?



Thomas parecia não ter mudado nada nesse tempo todo. Continuava com seu ar agressivo e respostas afiadas, além daquele seu jeito malicioso e olhos da cor do oceano num dia de verão. Mordisquei o lábio inferior ao ouvi-lo comentar sobre a eficácia dos piratas, o que me fez pensar se ele realmente estava falando a verdade ou brincando – se ele estivesse falando sinceramente eu estaria em maus lençóis, pois eu queria chegar de verdade a Hamburgo, de preferência em segurança e no local exato onde eu precisava estar. Passei a língua pelo lábio inferior com malícia assim que senti minha virilha ser apertada, fazendo-me entreabrir a boca e me aproximar mais do moreno, passeando os dedos por seus fios castanhos. Queria beijá-lo, mas eu me conhecia bem e caso o fizesse eu iria me contentar só depois de ter transado no mínimo três vezes com ele.

— Juntos. — Afirmei com um trivial sorriso enquanto o ouvia comentar com certo humor acerca de seu corpo. Seu comentário seguinte era sobre ele ser um monstro e, tentando ao máximo não ignorar isso, deixei que a conversa fosse interrompida naturalmente. Não queria entrar numa discussão sobre a vida de mercenário de Thomas, pelo menos não agora – se bem que já havíamos discutido sobre isso no passado e o resultado já havia acontecido, as decisões foram tomadas e não havia como voltar para trás. Senti seu tapa em meu rosto, sutil e ligeiro.

Apesar da conversa interrompida, não conseguia parar de pensar sobre isso e me encaminhei com Thomas para sairmos dos fundos do navio, indo para a popa do mesmo e sendo recebido com um vigoroso aperto de mão do capitão, o qual parecia genuinamente interessado em mim – os efeitos dos feromônios ainda estavam nele e nos outros marinheiros, que me olhavam como se eu fosse uma comida saborosa e eles fossem homens famintos.

— Se quiser pode ir para a minha cabine... lá é quentinho e aconchegante, tenho certeza de que você vai gostar. — Sugeriu o capitão, passando a mão suavemente pelo meu ombro esquerdo e me fazendo soerguer uma sobrancelha com a oferta. Sorri de canto, porém levei a mão a dele e empurrei-a, rejeitando-o.

— Eu prefiro ficar no meu dormitório mesmo, mas obrigado, capitão. — Fui o mais falso que eu consegui, forçando um sorriso que o fez comprimir os lábios e assentir sem jeito. Aproximei-me da beirada, olhando o oceano calmo à medida que avançávamos rumo ao nosso destino. Foi então que me vi de frente para Thomas que, pelo o que eu havia notado havia sido designado pelo capitão parrudo para me levar aos dormitórios.

Voltei-me para o moreno, cuja barba e bigode negros eram até charmosos. Assenti para o capitão, piscando o olho para o mesmo e recebendo olhares enciumados dos outros homens. Está bem, confesso que era um pouquinho divertido exalar todos aqueles feromônios. Entretanto, não atingi Thomas, afinal não pretendia afetá-lo de forma alguma com meus poderes. Adentrando o corredor, logo fui guiado até o dormitório e então sorri cruzando os braços. Franzi o cenho, um pouquinho decepcionado.

— Bem, isso é um pouco decepcionante, planejava descansar — comentei desgostoso, num timbre baixo e logo volvendo meus olhos para o príncipe. — Acho que eu devia ter ficado na cabine do capitão. Ouvi algumas conversas sobre ele ser bem selvagem no sexo. O que acha? — comentei, alfinetando o moreno e então me sentando na rede e deixando-me balançar, até que numa das idas envolvei minhas pernas na cintura de Thomas e então o puxei pela camisa surrada, beijando-o nos lábios, obrigando-o a curvar-se para ficar perto de mim. Nada falei, porém cessei o beijo e o fitei. Precisava falar alguma coisa?

Valentin Lancaster
135

12/04/2019

Base militar de Le Ange

Valentin Lancaster

Ir para o topo Ir para baixo

[RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black

[RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black Empty Re: [RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black

Mensagem por Thomas L. Souteyrand Dom Jun 02, 2019 9:42 pm



Secrets



Mesmo os piores relacionamentos servem de exemplo, de algum modo há um modo de tirar proveito daquele período. Era esse o foco que eu tinha havia alguns anos e caso houvesse uma lembrança forte, me mantinha com essas palavras como um mantra evitando até mesmo as boas memórias para não entrar numa viagem de ressaca do relacionamento. Ouvir o capitão cantando o Vale me dava uma pequena semente dessa ressaca que eu evitava, mas essa tentação não era minha apenas, apagar ela seria necessária um pouco mais de empenho.  

Uma lembrança mais fresca do que gostaria do meu pai cantando alguma música antiga “Se há um prêmio por jugar mal, dananana, o verbo amar a razão rejeita” A voz rouca do demônio como uma água fria no rosto Nós sabemos onde sua cabeça está.

Não precisava ouvir, mas meu corpo ficou antes de eu pensar melhor na situação, me permitindo sorrir com aquela cantada. O capitão não era feio, nojento, era um pirata como qualquer outro tendo uma aparência meio suja e aquela ideia de poucos banhos independente do que fizesse. Tinha interesse nessa tal missão especial dele, mas ainda não sabia bem em que pé estávamos para me atrever a perguntar aquilo. Ele comentara sobre o dormitório me despertando um sorriso verdadeiro, porque talvez ele pudesse ter verificado melhor o barco e os locais onde dormiria.

Ele havia me pegado rindo, mas foi saudável, deixei que o sorriso ficasse em meu rosto e levantei as mãos negando com a cabeça: - Prefiro não me envolver nisso. - Não tinha pensado longe aqueles momentos no dormitório, devia ter melhor elaborado para não ficarmos nessa situação sozinhos e... Ele me prendeu com as pernas, logo em seguida sem que eu pensasse direito já foi me puxando pela camisa e me beijando. Meu corpo reagiu se curvando para beijá-lo enfim conseguindo pensar ao menos no que aconteceu naqueles dois segundos que me pegaram de surpresa com pernas e uma boca.

Me entorpeci com as lembranças, como que acordando de um sonho abrindo os olhos me afastando da sua boca, mas ainda “preso” com suas pernas. Como se fosse ontem, a ressaca das lembranças daquela música ainda fresca em mente “Meu coração não se emenda” e a versão mais angelical não tão pura assim. Tudo é tão lindo no início  

Neguei com a cabeça suspirando e permiti me afastar dele atravessando suas pernas e voando rodando através das redes para o outro canto dos dormitórios. Levantei as mãos verificando meu corpo sólido depois de passar pelas redes, peitos no lugar, bunda ainda pra sentar, meu pau pra — não vem ao caso —, e então voltar a olhar pra ele sem outra preocupação. Levantei o indicador direito e depois o apontei para ele: - Cê ta louco?

Balancei a cabeça e apontei pra ele: - Você terminou comigo e isso não é uma viagem para o passado. Segura suas mãos e suas pernas longe de mim até o fim dessa viagem. - Novamente passei as mãos no rosto não acreditando naquilo acontecendo, era como um pesadelo absurdo que virou realidade. Até o rouco encerrou a estrofe. Mas a razão diz: "Se contenha, se não quiser ir pro sacrifício"

Vibrei meu corpo voando para cima e através do teto, buscando uma distração qualquer, encontrando o capitão voltando com algum dos meios de navegação e usando aquilo mesmo. Preferia o rum antes de lembrar das partes das musas da arte na música, mas uma distração focada na viagem poderia ser melhor do que o rum. Ouvi uma respirada travada e então levantei as mãos sorrindo e balançando a cabeça: - Que foi? Já deixei o contratante no dormitório, me deixe ajudá-lo com a navegação por enquanto. - Me prontifiquei a ajudar a arrumar as coisas e aos poucos fomos colocando umas coisas na mesa perto do leme.  

Havia uma bussola sob o mapa, além do papel com a letra que reconheci do Vale e então a especificação do pagamento anotado com um garrancho. O capitão puxou o papel como que vendo meu interesse e balancei a cabeça perguntando como aquilo tudo funcionava. Sob direção e todo o caminho correto de se usar. Considerando um retorno sem tripulação precisava cogitar ter de navegar o barco sozinho.  

valeu @ carol!

Thomas L. Souteyrand
[RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black YXxUS75

48

27/04/2019

Palácio

Thomas L. Souteyrand

Ir para o topo Ir para baixo

[RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black

[RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black Empty Re: [RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black

Mensagem por Valentin Lancaster Seg Jun 03, 2019 7:24 pm

my destiny



Sério, Thomas me rejeitava e eu apenas reagia aquilo rolando os olhos e bufando. Como ele podia simplesmente esquecer de todo o nosso tempo juntos e de como tínhamos química sexual para dar e vender? Ele sequer me deu chances de tentarmos resolver o nosso impasse, de podermos conversar como dois homens adultos e simplesmente fugiu, tornando-se intangível e atravessando uma parede qualquer e sumindo. Sentei-me na rede e apoiei a cabeça nas minhas mãos, balançando-me ao esticar meu pé a uma coluna de sustentação e usando-a. Poderíamos conversar depois, no momento minha maior preocupação era chegarmos até Hamburgo.

Nesse meio tempo, aproveitei para tirar uma soneca e acordei com um dos homens me cutucando a coxa, fazendo-me coçar os olhos e assentir ao ouvir que havíamos chegado. Tentei conter a minha emoção, ficando logo de pé e tateando o meu corpo como que procurando por alguma coisa, mas logo sorri comigo mesmo; não precisa de armas agora. Meu corpo era a minha própria arma. Saí do dormitório e subi para a parte de cima, no processo dando de cara com Thomas, o qual ignorei e atravessei diretamente por seu corpo.

— É aquele palácio o que você quer, senhor? — perguntou o capitão, coçando sua barba e apontando com os dedos a construção ornamentada e sobrevivente da maldade do tempo. Era aqui; o palácio de Schwerin. Assenti para o homem e então dei vários passos, já subindo na balaustrada do mesmo e então fui interrompido pelo homem, que gritou e bateu as palmas me chamando a atenção. — Aonde pensa que vai? Todos nós vamos com você. Lá é cheio de tesouros, lembra? Não vamos deixar você ir na frente e ficar com tudo.

Revirei os olhos ainda de costas, me voltando para o capitão e começando a levitar ao manipular a minha densidade, deixando-a leve como uma pena. Eles começaram a se arrumar, trocando de roupas e então pegaram um barco, com o qual iriam até o palácio. Thomas estava entre esses homens, e foi então que, olhando para trás, vi o castelo. Era quase como se ele estivesse me chamando. A ansiedade tomava conta do meu ser e, dando uma última olhada para o príncipe, assenti para ele. Ele sabia o que fazer. Não me orgulhava daquilo, mas aqueles homens precisavam ser parados e algo me dizia que eles não iriam parar. Sabia que independentemente do que fosse, Thomas conseguiria mata-los sem problemas e, olhando com pesar para o mesmo, deixei que ele fizesse o que pretendia fazer.

Dei meia volta, ouvindo o som de tiros disparados contra mim e me tornei intangível, logo sumindo ao me transformar em ventos. O castelo era monumental e uma das coisas mais lindas que eu havia visto na vida. Decorações de ouro e estátuas por todas as partes enfeitavam os interiores do lugar, enquanto eu bagunçava os papéis velhos ao ir de cômodo em cômodo e de corredor em corredor, procurando desesperadamente pela estátua que segurava uma caixa vermelha.

Até que a encontrei no hall de entrada, bem no meio do castelo. Tornei-me eu mesmo novamente, pegando a caixa vermelha e retirando-a da mão da estátua, fitando-a com espasmos de temor. E se ela do nada me atacasse? Tive de aplicar força sobre-humana para arrancar a caixa e então quebrei seu cadeado, abrindo-a e ficando de joelhos para vasculhar o conteúdo. Eram folhas e folhas de previsões de minha bisavó. Comecei a lê-las despreocupadamente, enquanto ia arregalando os lábios e ficava chocado com o conteúdo daquelas escrituras velhas e cujas folhas se encontravam desgastadas.

***

Thomas chegou e o seu cheiro característico o entregou ao meu olfato apurado, fazendo-me suspirar e apertar as folhas contra o meu peito. Estendi minhas mãos, fazendo uma bola de papel enorme com todas aquelas páginas e então transformei minhas mãos em fogo, queimando tudo e restando apenas cinzas. Inspirei o ar para os meus pulmões, tal ato levando toda uma eternidade enquanto eu me perdia em pensamentos sobre o conteúdo daquelas cartas. Virando-me para o príncipe, sorri e enxuguei algumas lágrimas, pondo-me de pé e então me desfazendo junto ao vento, sumindo e aparecendo bem à sua frente, abraçando-o firme.

— Consegui! Descobri sobre a profecia, Thomas, tudo vai ficar bem! — chorei de alegria, ainda abraçando-o, logo me desgrudando dele ao me lembrar de que ele não queria ser tocado por mim e então enxuguei minhas lágrimas, assentindo para ele. — Fez o que veio para fazer? Matou eles? A propósito o capitão do navio era pedófilo, li numa das visões da minha bisavó nos papéis, fez bem em mata-lo. — Comentei distraidamente.

Não revelaria todo o conteúdo das cartas, muitas das coisas envolviam a minha vida pessoal e coisas que eu não queria falar para ninguém, nem mesmo para mim. Optei por ocultar tudo o que eu havia visto só para mim. Era o mais sábio a se fazer.



→ Ambientação: foto 1, foto 2, foto 3, foto 4, foto 5, foto 6
Valentin Lancaster
135

12/04/2019

Base militar de Le Ange

Valentin Lancaster

Ir para o topo Ir para baixo

[RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black

[RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black Empty Re: [RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black

Mensagem por Thomas L. Souteyrand Seg Jun 03, 2019 10:40 pm



Secrets



Não sei quanto tempo realmente demorou na viagem, podem ter sido muitas horas, ou poucas, a intenção de conhecer como navegar e prestar atenção no controle das velas era muita coisa pra me preocupar com o caminho. Não tinha ideia se conseguiria controlar o retorno sozinho pensando no Vale distante conhecendo sabe-se lá o que no palácio e o que conseguisse. Imaginava que ficaria muito suspeito se ele ficasse ali em cima pra conhecer, pois ele era um contratante, mas a mim não parecia chamar tanta atenção no conjunto todo.

Sequer posso dizer que foi “logo”, mas enfim avisaram que estávamos chegando, o destino estava próximo e eu notei uma tentativa de avanço do outro. Ele tinha de ir, mas o capitão queria o pagamento, realmente não sairia dali fácil como pretendia. Agindo como se nos esperasse de verdade, nos arrumamos com o que levaríamos e um deles desceu com o barco menor receber as coisas antes de todos descermos.

Mais um desceu para o barco, deixando outros dois além de mim, sendo um de nós para ficar no barco e quatro ao todo para ir no castelo. Percebendo o segundo homem enfim no barco, deixei as mãos tremendo e fui até os dois perto da beirada, cravando minhas mãos em seus peitos pelas costas. Não tinha tempo para uma luta, ou algo chamativo, o barco deveria ficar inteiro independe da morte deles. As vibrações de seus corpos sumiram, desviei os dois voando para o outro lado do barco e pousarem na água com o mínimo de choque para que os dois no barco não sentissem qualquer perturbação.

Ouvi tiros e então olhando para cima percebi Vale fora de vista, ou seja, perceberam algo errado e a minha tentativa deveria ser definitiva. Confirmei com a cabeça, não havia mais espaço para falhas, ou chance para disfarces. Corri de onde estava para a beirada, como um suicídio para o mar se eu não soubesse nadar, ainda parecendo pousar no barco, mas aproveitando aquele pequeno intervalo de tempo. Vi um pouco das coisas ao redor, aquele pequeno vislumbre antes de tudo se agitar com o meu pouso, atirei as vibrações para frente concentradas como rajadas naquelas duas cabeças.

Pareciam frutas sendo estouradas, não era algo bonito de se ver, ou de se lembrar. Como se fosse sútil, novamente levantando voo destruindo o pequeno barco com o restante dos corpos. O navio estava com a âncora abaixada, comecei a rever os passos pra sair dali antes de começar a voar e ir atrás do contratante. Sem maiores sujeiras podendo me aproximar do tal palácio e objetivo do outro, era ouro até perder de vista realmente. Muita coisa que poderia ser destruída, derretida e moldada para outras coisas.

Sem minha detecção com certeza teria perdido o foco de estar ali, era grande e muita coisa para se absorver de uma única vez, até que consegui pairar onde o outro estava. Ele me abraçou chorando de alegria me fazendo sorrir e pousar meio que no susto de ter apoio para ele não me fazer cair. Confirmei com a cabeça batendo em suas costas: - Parabéns, que bom. - O comentário dele me deixou sem graça e então me fazendo inclinar a cabeça pra direita sem entender: - Não dou detalhes assim, mas como ela poderia saber de algo assim?

Arregalei os olhos sorrindo: - Tinha alguma coisa de mim também? Vou ser um problema para você, ou algo assim? - Não sei se queria saber algum tipo de data de validade, ou uma sina que eu não sequer imaginava ter. Porém, se a bisa dele deixou um papel sobre o capitão que o trouxe, parecia plausível que o ex dele presente da missão de forma acidental me parecia um risco. Não podia dizer que eu não queria saber, já estava ali de qualquer modo.

valeu @ carol!

Thomas L. Souteyrand
[RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black YXxUS75

48

27/04/2019

Palácio

Thomas L. Souteyrand

Ir para o topo Ir para baixo

[RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black

[RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black Empty Re: [RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black

Mensagem por Valentin Lancaster Seg Jun 03, 2019 11:43 pm

our destiny



Geralmente pessoas não mudam da água para o vinho. Cresci ouvindo que pessoas são separadas pelas duas classificações universais: bom e mau. Ou você era um herói ou um vilão. Essas duas designações pareciam um pouco borradas quando parávamos para pensar em como as pessoas são complexas, em como elas podem ser más e boas ao mesmo tempo, como não conhecemos ninguém de verdade. Eu via Thomas como um monstro, mas eu devia realmente julgá-lo como se eu fosse melhor que ele? Já matei pessoas antes para sobreviver, mesmo elas sendo “más”. O que ele fazia era limpar o mundo daquela escória que se impregnava em nossa sociedade.

Meu pai, uma figura que eu idolatrava desde criança e que me incentivou e me inspirou a ser um soldado, era um verdadeiro monstro. Ele havia jogado o filho no lixo e deixado ele para morrer em El Diablo, numa rua que, no passado, era conhecida por ser habitada por canibais. Basicamente, meu irmãozinho foi jogado para ser comido ainda bebê, quase como um sacrifício. Lendo as folhas, via que ele ainda era pior, espancando mamãe nos dias de bebedeira, mas como eu iria me lembrar disso quando todas essas memórias estavam divididas, pequeninos fragmentos por todas as quase trinta personalidades que eu tinha? Sem contar o fato de que minha avó manipulara minha memória a seu bel prazer, fazendo-me esquecer do meu irmão e dos espancamentos de meu pai e das brigas violentas entre ele e a minha mãe.

Eu era um mero peão para eles, uma simples marionete nas mãos nojentas e repugnantes daquelas pessoas que deveriam me amar e cuidar de mim. Thomas havia retornado para mim no momento certo, tão certo quanto o alinhamento das estrelas. Minha avó que havia ressuscitado – mas que era uma outra pessoa, uma parente vinda de algum outro lugar –, todos os meus primos e nossos poderes perfeitamente nivelados, a missão sangrenta de Thomas e todos os meus anos aqui fora, no mundo, caçando e vasculhando esse vasto planeta, tudo, absolutamente tudo tinha um propósito maior. Pus uma mão na face do Weingarten assim que o ouvi perguntar sobre ele nas profecias, me fazendo sorrir.

— Ela sabia de tudo, Thomas. Sobre nós, sua missão de limpar a escória, minha vida como um expedicionário, meus poderes e as minhas personalidades... — tentei achar palavras, mas estava embasbacado demais com todas aquelas revelações. Era quase irônico; ela acertar tudo sobre a minha vida, sobre a minha trajetória até aquele momento, mas ainda escolher manter segredo sobre o meu fim e o de Thomas, assim como o de todos os Lancasters. — Ela viu tudo, estava tudo escrito. Ela previu que algo está vindo. Ela não falou o que é, muito menos quando, mas é o meu — pigarreei e desci minhas mãos de suas bochechas ao seu peitoral nosso destino matar cada um dos monstros, estupradores, aproveitadores, mentirosos e todos aqueles de coração impuro. Tenho o poder para isso, para ver o que se passa dentro das pessoas. Eu posso “ser” elas. Cabe a nós sermos a justiça de que Weingarten precisa. As pessoas vão ver, todas elas vão, aliás. Todas testemunharão que ainda há pessoas boas nesse mundo e que estão empenhadas em salvá-lo.

Fechei os olhos, e pela primeira vez em toda a minha vida eu senti conformidade. Era isso. Eu estava conformado, tranquilo e abria os braços para o futuro, seja ele qual fosse. Era o nosso destino, junto de minha família e muitas outras pessoas em Weingarten, salvá-la de si mesma, era preciso da clareza para separar o bem do mal e eu era um dos poucos capazes de fazer aquilo. Thomas era essencial, muitos outros o eram, mas no fim todo o mal iria arder, queimar e morrer. Encostando a minha testa na de Thomas, abri os olhos, encarando aquela imensidão azul e então beijando-o mais uma vez.

— É o nosso destino.

→ Ambientação: foto 1, foto 2, foto 3, foto 4, foto 5, foto 6
Valentin Lancaster
135

12/04/2019

Base militar de Le Ange

Valentin Lancaster

Ir para o topo Ir para baixo

[RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black

[RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black Empty Re: [RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black

Mensagem por Thomas L. Souteyrand Qui Jun 06, 2019 6:38 pm



Secrets



Eu queria ter uma positividade melhor com aquela situação, mas imaginar que uma senhora anos atrás sabia sobre tudo sobre mim, sobre a minha vida e minhas escolhas era estranho. Não duvidava totalmente daquele evento, mas era uma sensação de invasão como se eu fosse o brinquedo de alguém. Enquanto esperava a resposta do outro, logo viera a mão dele no meu rosto como uma resposta para meus pensamentos mais venenosos, eu não era o protagonista da minha história. Quando enfim começara a falar, o receio de que ele leu mais do que contava era nítido, sabia de um problema vindo, mas não o que, ou quando e de certo modo a interpretação poderia ser ele mesmo.

Não tinha ideia de como seria isso na minha família, só de imaginar isso já era estranho colocando em pensamentos organizados tudo que fora acontecendo. Meu vô criando o império, a igreja sendo criada, meus pais se conhecendo, minha irmã me odiando na inveja de não ser a mais velha, meu irmão morando com Diana parte da vida. Todas as coisas tendo algum tipo de motivo e razão, isso ia além de tentar empatia com eles, como se um tipo de semente fosse plantado desde bem cedo para levar justamente aquele evento mais recente que eu tinha em mente. Isso é uma dor de cabeça reflexiva como a razão da vida, da morte e de toda a existência.

Deixando um pouco de lado meus pensamentos familiares logo que senti suas mãos pelo meu rosto, mais para baixo no meu peito. Ele queria assumir o meu ideal e isso não fazia bem sentido. Ele parecia outra personalidade apesar de ainda ter o Valentin naquele ser na minha frente. Engoli em seco, não pensando nele fazendo o meu trabalho, me ajudando, ou sequer me apoiando. Até mesmo o ocorrido com os piratas ele teria me questionado, talvez sugerindo prender eles para a volta, ou algo similar.

Encostando a testa dele na minha com algum tipo de significado estranho pra ele, parecia realmente outra pessoa. Não pensei nisso antes, mas talvez essa construção de personalidade seja outra, uma falsa versão do Valentin, não tinha muita lembrança das outras como um catálogo tentando imaginar uma brincalhona, ou malvada que fizesse algo assim. Tudo aquilo era uma missão, se fosse uma personalidade se passando por Valentin ele teria outro objetivo, como me enganar, não seria algo como essa caixa em outro país e estragando meu plano. Era muita coincidência pra ser planejada, ou focada em mim por exemplo.

Como um interruptor acendendo a luz, ele me beijou novamente me dando a ideia de que ele estava mesmo insistente nessa tecla. Não entendia o que houve com ele nesses anos, mas não parecia mais o soldadinho irritante de anos atrás. Empurrei ele com uma mão no seu peito e negando com a cabeça: - Não. - Engoli em seco e ainda com a mão em seu peito como uma segurança de distância, com a outra mão estalei na frente do rosto um pouco: - Isso não está parecendo certo. Íris? Celeste? Malakai? Qualquer um aí dentro pode subir um instante?

Eu não possuía um controle, sequer entendimento de como conhecia, mas lembrava delas. Cada cena peculiar que uma delas me fez passar, até mesmo as mais sensatas. Seja o que fosse, esse Valentin não era bem a versão que eu estava acostumado a lidar e ficar com o tarado da profecia na volta pro Império não vai ser bem tranquila, ainda mais sem os outros piratas. Contava que uma das outras personalidades me desse um esclarecimento melhor, poderia ter perdido alguma coisa nessa situação toda.  

valeu @ carol!

Thomas L. Souteyrand
[RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black YXxUS75

48

27/04/2019

Palácio

Thomas L. Souteyrand

Ir para o topo Ir para baixo

[RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black

[RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black Empty Re: [RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black

Mensagem por Valentin Lancaster Dom Jun 09, 2019 6:22 pm

our destiny



Recuei um passo e olhei Thomas sem acreditar no que eu ouvia. “Não”. Não? Como assim não? Fechei a mão direita em punho, comprimindo os lábios ao ouvi-lo estalar os dedos como se simplesmente eu tivesse um botão para trocar de personalidade. Eu havia tocado sua pele e havia visto sua desconfiança, o quanto ele não acreditava em mim, como ele não tinha o mínimo pingo de fé. Maneei a cabeça em negação.

— Ninguém vai subir, Thomas. Eu controlo elas agora. Você não consegue entender e talvez nunca vai, mas eu tentarei explicar como as coisas são: temos um papel no futuro do mundo. Não só você ou eu, muitos outros. Perigos estão vindo, monstros abissais, invasões, mortes, traições. Não sei o que é ainda, minha bisavó foi evasiva sobre o assunto, mas ela viu sobre o meu futuro e, consequentemente, sobre o seu, já que você estaria aqui, hoje, bem ao meu lado. Não pode simplesmente dar as costas para isso. Ela viu tudo isso aqui a mais de sessenta anos atrás, antes de o império ser construído. Como pode simplesmente duvidar? — perguntei, argumentando com ele e franzindo o cenho, indignado com a sua reação. — Eu queimei os papéis por motivos óbvios. Há conhecimento que nem todos podemos ter e nas mãos erradas aquelas previsões poderiam acabar com tudo.

Havia descrença no outro, impaciência e até mesmo cinismo. Ele nunca havia simplesmente estalado os dedos na minha cara e exigido que outra persona surgisse – ele nunca me tratara como um mero cão. Sentia-me ofendido, desafiado, até. Tentei relaxar, mas me sentia nervoso. Toda a minha vida fazia sentido, eu não era um erro cósmico, com poderes grandes demais para suportar e sem propósito. Eu tinha um papel a desempenhar ali, só não havia descoberto ainda. Mas agora eu sabia quem eu era, eu tinha um objetivo, uma missão. Podia desistir dela e continuar como eu era antes, mas nunca mais minha vida seria a mesma coisa de antes.

— Sei que não confia em mim, você nunca acreditou em mim de verdade. Na verdade, ninguém nunca depositou confiança alguma em mim, afinal eu apenas sou um doido com múltiplas personalidades, por que me dar o crédito? — andei até a estátua, encarando a expressão ranzinza do homem que parecia me fitar diretamente. Transformei meu braço em uma comprida lâmina, usando minha bioluminescência para esquentá-la e então cortei a estátua ao meio. Ela caiu ruidosamente, partindo-se em inúmeros pedacinhos. Virei-me para Thomas, ainda sentindo a raiva em meu peito. — Adivinha só? Eu evoluí. Meus ideais mudaram e eu cansei de ser o bom soldado, obediente e complacente. Cansei de ser o filho militar igual ao papai. Cansei de ver essa droga de país se afogar na lama e na merda enquanto simplesmente fingimos nos importar uns com os outros. Precisamos fazer alguma coisa!

Aquele era o propósito de Thomas, não era? Ajudar os mais pobres, livrando-os do crime e exterminando a praga que eram aqueles bandidos. Por que ele via tanto problema assim comigo querendo me unir àquela mesma missão? Ou ele queria ser o único justiceiro de Weingarten?

— Qual o problema em querer ajudar as pessoas, Thomas? — perguntei, já bem menos raivoso e agora um pouco mais calmo, porém ainda rancoroso com ele.


→ Ambientação: foto 1, foto 2, foto 3, foto 4, foto 5, foto 6
Valentin Lancaster
135

12/04/2019

Base militar de Le Ange

Valentin Lancaster

Ir para o topo Ir para baixo

[RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black

[RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black Empty Re: [RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black

Mensagem por Thomas L. Souteyrand Qua Jun 12, 2019 11:15 pm



Secrets



Ouvi as palavras dele esperando uma briga, ou uma grande mudança, mas nenhuma das suas versões subiu dessa vez e isso me fez cair em mim um pouco. Ele não era o mesmo, mas apesar de insistir em algo comigo, ele ainda parecia certo estando errado de qualquer jeito. Havia algo faltando em mim, me sentia vazio como se estivesse me espelhando em Vale e percebendo a falta de evolução nos últimos anos. Como se fosse morrer em poucos segundos, me perguntando o que eu tinha aprendido nos últimos anos, talvez alguns truques com os poderes e brigado com meu pai.

Será que estava confundindo os dois e a minha relação? Meu pai e eu íntimos. NOJENTO. Precisava de um psicólogo urgente, interessados a tratar no palácio do império. Ele havia realmente se ofendido e revendo o que fiz, não fui justo com ele. Passei a mão direita nos cabelos e confirmei com a cabeça: - Me desculpe, eu fui rude, mas isso não devia ter seguido em frente. - Neguei com a cabeça: - Eu sabia que ia me meter nas suas coisas de cabeça e aqui estamos, mas nunca te chamei disso.  

Me aproximei dele e toquei seu peito o olhando nos olhos: - Eu te amei e não deixei de acreditar em você, mas você terminou depois de saber do meu trabalho. Não vou mentir e dizer que te entendia, ou que não fiquei com medo depois de uma das nossas brigas e uma versão violenta me matar. - Sorri sem graça: - Não te machucaria antes e nem hoje, te respeito e mesmo não querendo mais o seu corpo não lhe faria nada de ruim intencionalmente. Ele quebrar uma estátua extravasando a raiva me lembrou de meu pai, percebendo que talvez tenha me fechado mais do que eu devia apesar de não reconsiderar toda aquela noite passada.

Engoli em seco afastando minha mão dele e então girei minha mão pelo local enquanto falava: - Você da última vez era um soldado certinho que saiu chorando do quarto depois de saber do meu emprego não querendo conviver comigo. Agora está saindo escondido do império com uma profecia e vários destinos previstos décadas atrás, isso é demais até para os padrões da religião que cultua meu avô. - Estendi as mãos para ele sorrindo: - Não se ofenda, mas isso não é uma mudança sutil, como se tivéssemos terminado e no final de semana seguinte nos encontrássemos no porto.

Toquei seu rosto com minhas mãos e o olhei nos olhos: - Não tem nenhum problema em ajudar pessoas, mas há milhares de formas essa mudança não é algo que eu esperaria de você. - Abaixei minhas mãos sorrindo: - Mas acredito que esteja certo na sua atitude, pois sei que vai se sair muito bem e inspirar mais pessoas do que eu. Vocês todos aí dentro são mais carismáticos mesmo. - Talvez isso amenizasse as coisas um pouco que fosse, agora precisava verificar as coisas sobre meu pai. Meu casulo talvez estivesse duro do que ele poderia entrar e suas mensagens pareciam ir mais longe como se eu não assimilasse a ideia certa.  

Suspirei e massageando meu pulso direito me virando começando a sair dali: - Vamos logo pro barco, não quero arriscar a navegar muito tarde estando sozinhos.  

valeu @ carol!

Thomas L. Souteyrand
[RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black YXxUS75

48

27/04/2019

Palácio

Thomas L. Souteyrand

Ir para o topo Ir para baixo

[RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black

[RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black Empty Re: [RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black

Mensagem por Valentin Lancaster Qui Jun 13, 2019 8:06 pm

our destiny



Pela primeira vez em muito tempo, sentia novamente aquela sensação cálida e morna de carinho da parte de Thomas. Ele não era muito carinhoso, muito menos de expressar os seus sentimentos, mas pela forma como ele tentava eu conseguia admirá-lo e compreender o seu ponto de vista. Havia medo nele, talvez? Eu podia sentir seu receio com aquela mais nova versão de mim, com meus ideais e crenças sendo fortificadas. Eu havia evoluído, ele também, apesar de não conseguir se enxergar. Ele não era um garoto mimado filhinho de papai, ele era um homem adulto, que perseguia os seus sonhos e que fazia de tudo para cumprir os seus objetivos. Thomas era um guerreiro e ninguém poderia retirá-lo desse caminho. Era o seu destino tornar-se nessa figura sombria, nesse cavaleiro das trevas.

Criei uma manta vermelha e roupas mais militarizadas, enquanto me aproximava do moreno e alisava seus fios, beijando seus lábios. Eu o amava, não haviam alternativas. Antigamente a minha família era o meu maior ponto fraco, mas depois de todas as descobertas eu não confiava mais neles. Mas Thomas não era como eles: ele tinha sua própria linha de pensamento e não conseguia fugir delas. Ele tinha sua crença e não as negava, ele não suprimia quem ele era. Por isso eu o amava. Em meio àquela brisa noturna e fresca que agitava seus fios, segurei-o contra mim e levitei a nós dois, rumo às estrelas. Cada vez mais subíamos, até tudo lá embaixo tornar-se apenas uma pequenina mácula no enorme oceano azul. Aos poucos, o ar tornava-se rarefeito.

— Viu? Somos imbatíveis. — Sussurrei em seu ouvido assim que parei, nossos corpos levitando. — Se eu caísse agora mesmo lá embaixo eu sobreviveria, assim como você. Não somos facilmente destruídos porque é o nosso destino salvar os mais fracos, os oprimidos e os pobres. Temos um gigantesco poder em nossas mãos, cabe a nós fazer alguma coisa! Não consigo fazer nada sozinho, mesmo com o meu nível de poder. Eu preciso de você, Thomas.

E o que eu falava era verdade. Ele fazia parte da minha vida, desde que eu era um soldado obediente, complacente e bobo, sem qualquer propósito e somente matando monstros pelo suposto bem do império. Mas não mais, eu era algo mais, agora, eu tinha poder suficiente para arrasar toda a Weingarten, mas eu não queria fazê-lo – não era para ser o senhor das cinzas que eu nasci, e sim ser o homem responsável pela salvação de todos, dos pobres aos ricos, de todos aqueles de bom coração. Era minha meta libertá-los dos grilhões da sociedade, do conceito falho de hierarquia, liderando-os a um novo mundo. Mas sozinho eu nunca conseguiria fazer nada, precisava me apresentar às pessoas, fazê-las me amarem, conseguir aliados. Ou tudo seria em vão.

E algo me dizia que Thomas concordava tanto quanto eu que havia mal demais espalhado pelo mundo, precisando ser corrigido. Juntos, seríamos a espada da justiça.

→ Ambientação: foto 1, foto 2, foto 3, foto 4, foto 5, foto 6
Valentin Lancaster
135

12/04/2019

Base militar de Le Ange

Valentin Lancaster

Ir para o topo Ir para baixo

[RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black

[RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black Empty Re: [RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black

Mensagem por Thomas L. Souteyrand Qui Jun 20, 2019 3:14 pm



Secrets



Ele mudou sua roupa sem mudar seu corpo, lembrando das palavras dele anteriormente sobre ele ter evoluído. Com certeza não seria apenas em controlar mais as suas personalidades, me deixando um pouco em dúvida se é que aquilo era verdade porque não duvidando dele, mas não ter controle era meio que uma característica de ter mais de uma persona. Ele mais uma vez me beijou, me fazendo revirar os olhos afastando-o de mim mais uma vez, aquilo não era uma costura no tempo da nossa relação.

Fui pego pela cintura e então erguido no ar, percebendo o vento na pele e agradecendo pelas tranças no cabelo, além do cabelo falso preso deixando bem maior aquela bagunça aparentemente suja em minha cabeça. Aquilo com certeza deixaria a mim sem ver nada, ou para onde iríamos, porém, ficando atento a viagem para cima e fora da altitude comum de voo. O chão ficando mais longe e tudo bem diferente visto de cima, aos poucos ficando com uma neblina que deviam ser as nuvens ficando abaixo de nós.

Puxei o ar e ficando quase desesperado não conseguindo puxar nada, batendo no peito tentando sentir algo e arregalando meus olhos tentando fazer ele me soltar para descer e respirar de novo. Não demorou muito para notar que meu corpo não reagia como eu estava surtando, as batidas em meu peito diminuíram e eu sorri passando a sentir as batidas do meu coração sem graça: - Não sabia que fazia isso. Interessante. - Soquei seu peito revirando os olhos: - Eu podia ter morrido, sem graça.

As palavras dele me deixaram pensativo, claro que eu sobreviveria, ia voar, ou causar uma explosão próxima ao solo para retardar minha queda, nada muito difícil com o nível baixo de poder que eu tinha. Eu não conseguia ver ele com essa ideia que saia de sua boca, parecia duas pessoas diferentes, só não sabia se era preconceito meu pelo nosso passado, ou pela capacidade das suas outras personas dentro de si. Não conseguia assimilar aquilo de verdade, parecia muito suspeito que ele tivesse uma missão de uma profecia e que depois de anos precisava de mim.

Realmente me incomodava não ter qualquer prova daquilo e ele dizer que queimou por motivos óbvios não era por segurança de pessoas de fora. Fazia sentido sumir com previsões de morte, ou algo grande senão causaria pânico em massa e provavelmente seria pior do que a própria confusão que viria na previsão. Ele foi egoísta com as informações e agora queria “dividir” o tal destino que ele viu, era como o meu pai tentar explicar uma ideia que ele tinha só que sem a telepatia. Eu não ia assimilar por osmose uma ideia ligeiramente próxima do que eu já fazia diariamente.

Acompanhando a diferença ao redor, aproveitando daquela visão para pensar e registrar um pouco da minha capacidade que eu havia recém descoberto, poderia ser útil no futuro. Engoli em seco sentindo fome, algo daquele vazio me fazia querer ocupar minha boca de falar besteira e voltar aqueles pensamentos críticos da situação toda. Concordei com a cabeça me afastando dele e “girando” no ar como se algo no ar estivesse estranho, mas sem tempo para fingir que não era eu voando.

Qualquer tique seria respirar fundo, ou suspirar, mas ali não era necessário e isso me faria rir mais tarde repensando sobre isso. Olhei para ele: - Eu vou voltar para o Império, te espero no barco. - Balancei minha cabeça mais lentamente e encontrei seus olhos. Dei de ombros: - Não somos os únicos, certo? Então vá recrutá-los que eu continuo o que já faço normalmente. Sabe onde moro. - Sorri e comecei a descer rumo ao barco. Queria logo voltar para o palácio, ironicamente pensar na ideia anterior de conversar com meu pai era a coisa mais tranquila que eu tinha para focar. Não ia aceitar a ideia de imediato, ou com Valentin grudado em mim falando coisas e me beijando como se fosse uma vírgula de frases.

Longe dali poderia repensar naquilo tudo sem pressão, ou mais frases somando na lista querendo ouvir algo muito específico de mim. No barco haveria mais feijão com alguma carne dentro, sem variedade, mas sem tripulação então poderia repetir quando a fome ainda reclamasse de mais do que uma lata para saciar.

valeu @ carol!

Thomas L. Souteyrand
[RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black YXxUS75

48

27/04/2019

Palácio

Thomas L. Souteyrand

Ir para o topo Ir para baixo

[RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black

[RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black Empty Re: [RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black

Mensagem por Valentin Lancaster Qui Jun 20, 2019 5:42 pm

our destiny



Fé. Durante toda a minha vida, isso era uma palavra que não existia no meu dicionário. Sempre haviam as palavras honra – ao me tornar aquilo que meu pai um dia já fora, para deixa-lo orgulhoso de mim do além – e valor – constantemente eu tinha de me provar como um bom soldado, como merecedor daquele posto e daquela tarefa que me era entregue. Eu não tinha escapatória nesses momentos: eu seguia todas as ordens que me eram dadas, as acatava como minhas e decidia o meu futuro, orquestrado por meu pai, meu capitão e todos à minha volta. Mas o que havia naquela carta de minha bisavó era transcendental: eu podia tomar minhas próprias escolhas, haviam os caminhos da Conquista e das Cinzas, e eu estava destinado a uma grandeza que eu jamais havia sonhado.

Como lidar com aquele tipo de prestígio? Eu nunca havia tido ambições ou muitos desejados. Minha vida havia sido relativamente simplória: filho de um soldado que virou um também após a morte de sua figura paterna – seu maior herói. E, juntando-me aos centros de molde, fui rearranjado como um mero soldado, um peão descartável, me arriscando para matar monstros a quilômetros da minha casa. Que tipo de vida era aquela? Ela não possuía propósito algum e, céus, eu nunca conseguiria exterminar todos aqueles monstros, eles não tinham fim e se reproduziam mais rápido que coelhos. O certo era salvar as pessoas de si mesmas, ajuda-las a se erguerem das cinzas. Elas mereciam uma chance de lutarem pelos seus direitos, mereciam uma pessoa que as ajudassem a ter uma vida melhor.

Eu podia ofertar a todas elas um objetivo, um propósito. Era o meu destino lidera-las rumo a glória. Thomas, no entanto, parecia inclinado a simplesmente me rejeitar e não ver a verdade. Mas eu conseguiria fazê-lo enxergar a verdade. Nem que eu precisasse incendiar todo esse mundo e vê-lo renascer das cinzas. Eu era destinado aquilo, eu deveria salva-los. Quando eu conseguisse salvá-los, eles saberiam o que fazer com a liberdade que teriam consigo.

— Eu acho que me enganei. Você não é digno disso, nunca foi. — Lamentei para o moreno, enquanto eu descia e abria os braços, transformando-os em chamas e atirando-os na direção do navio. Não haveria mais nada daquele veículo de morte e destruição. Ladrões não mais existiriam. Chega!

Como ele poderia me julgar? Ele não sentia mais nada por mim e eu havia sentido aquilo ao absorver sua personalidade. Não residia nada em Thomas – apenas uma casca vazia. Como pude ser tão tolo de pensar que ele seria útil para alguma coisa? Seu destino não era ao meu lado, minha bisavó estava errada – ele era um mero obstáculo, fácil de ser retirado, caso assim que eu quisesse; um descrente. Olhei-o por cima dos ombros, enquanto minhas vestes eram incineradas e todo o meu corpo se transformava em chamas.

— Você está errado; as profecias dela falam sobre nós dois, apenas. Mas creio que somente eu seja mais do que o suficiente. — Assenti, uma nota de repulsa contida em meu timbre devido ao ódio que eu sentia.

Eu não odiava Thomas, apenas tinha receio dele. Tivemos algo e eu desfiz tudo graças a sua vida de justiceiro, o que na época me deixara com medo. Agora eu via que ele fazia a coisa certa e tentava reajustar esse mundo distorcido e novato. Eu deveria fazer algo a mais, no entanto; não matar bandidos aqui e ali, e sim exterminar toda uma raça de vermes. Ainda olhando as chamas consumirem a madeira do navio e subirem pelos mastros até os tecidos de suas bandeiras, apreciei como era belo o fogo. De repente, todo o meu corpo parecia ser constituído do próprio caos; eu era uma força de destruição em massa.

— Não tente me impedir. Meu primeiro passo será reformar El Diablo e salvá-la, nem que para isso tenha de queimá-la. — Declarei, olhando uma última vez aqueles belos olhos azuis. No passado, eles eram cheios de vida, mas agora eles eram insuportáveis, ao ponto de eu querer arrancá-los.

No fim, eu seguia o meu caminho como sempre segui: sozinho. Enquanto prosseguia numa trilha fumegante rumo a Weingarten, agradecia a mim mesmo por estar na forma de fogo – pois ninguém veria minhas lágrimas. Mas tudo aquilo valeria a pena: quando tudo estivesse renascendo das cinzas, eu contemplaria meu trabalho e então iria descansar.

→ Ambientação: foto 1, foto 2, foto 3, foto 4, foto 5, foto 6
Valentin Lancaster
135

12/04/2019

Base militar de Le Ange

Valentin Lancaster

Ir para o topo Ir para baixo

[RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black

[RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black Empty Re: [RP Fechada] I look inside myself and see my heart is black

Mensagem por Conteúdo patrocinado

Conteúdo patrocinado

Ir para o topo Ir para baixo

Ver o tópico anterior Ver o tópico seguinte Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
PARCEIROS
:: Topsites Zonkos - [Zks] ::