error 404 | is this the future you always dreamed? is this the way you want to change your world? Time is passing by, dude! Time is passing by and no one wants to die... |
Eu me lembro bem da sensação de queda, quero dizer, isso já havia acontecido algumas vezes mais durante a minha vida e todo meu percurso de existências no que diz respeito ao looping temporal ao qual estive preso durante sabe-se lá quantas horas, dias, meses ou anos da minha vida, não é verdade? Eu não envelhecia durante esse tempo preso e eu entendia o motivo: Para o sistema, algumas coisas são fundamentais que os humanos façam e, como somos matéria-prima escarça e particularmente rebelde, para eles não é vantagem nos matar. Talvez em casos mais graves. Talvez em casos muito graves, como a captura de rebeldes; como a captura de um dos líderes dos rebeldes ou, no caso, do filho deles e uma das mentes brilhantes por trás de todo o hackeamento de dados e procedimentos das máquinas que sempre estavam no nosso encalço, querendo nos neutralizar ou, em alguns casos, nos matar. Não que isso fosse facilitar, não é mesmo? Morrer, nesse mundo, ainda dói mesmo sabendo que eu voltaria depois de alguns segundos como uma espécie de respawn em um ponto seguro da minha missão em roubar mais um motor de propulsão e hackear o sistema operacional daquela fábrica. Eu estava pronto para a queda, as luzes abaixo de mim me lembravam bem o vazio existencial das cidades do Spawn e agora, tudo que restava era cair para uma morte certa e mais um reset...
Ao menos era isso que eu esperava, assumo. O turbilhão de luzes neon, lembranças e cenas em alta velocidade eram coisas que me deixavam zonzo se eu tentasse parar para analisar aquilo. Havia guerra, explosões, a imagem de lobos uivando para a lua vermelha acima de suas cabeças, olhos que brilhavam como chamas entre as sombras da noite e sorrisos tão brancos que hipnotizam e se desfaziam no ar conforme eu piscava; eu ouvia a rajada de tiros, os sons dos aviões passando em alta velocidade em rasantes sobre os lugares e então, tudo voltava para um ponto de início onde homens se xingavam em uma língua que eu não entendia muito bem, apenas uma. Guerra, eles diziam. Estava escrito em suas feições e no ódio em seus olhares. Então como se fosse um vídeo acelerado, as coisas passam a acontecer e voltavam a correr diante dos meus olhos em uma velocidade superior a minha linha de raciocínio. Explosões, caos e desordem. Um mundo subterrâneo sendo construído para depois ser desvendado, reabitado, conquistado. Linhas de histórias atravessavam meus olhos enquanto meu corpo inteiro parecia queimar, se contorcer e se formar novamente; "Céus!" Exclamava minha mente enquanto a dor me levava à loucura junto com a sensação de queimação e da dor de cabeça com tanta coisa acontecendo em um espaço de tempo tão... Pequeno. A via das dúvidas, acredito que tudo isso tenha ocorrido em um intervalo de tempo similar a dez segundos, de lá para cá, e fora o bastante para enlouquecer alguém. A mim mesmo, nesse caso.
Soube depois de algum tempo que algum tempo que a visão da minha chegada foi como a de uma estrela cadente cortando o céu do entardecer que se preparava para o pôr-do-sol. Em um ângulo oposto ao astro-rei, eu caí como um meteoro sobre uma fazenda, precisamente sobre um aglomerado de palha de um celeiro. O rombo no teto era... Considerável para a minha velocidade. Me surpreendo que eu ainda esteja vivo e respirando depois da queda ainda que...Ainda que essa dor não me permita levantar por enquanto.
Nunca pensei que uma dor de cabeça fosse ser mais agressiva ao meu corpo do que a dor física de se cair de quase dez metros de altura, vai entender, não é? Agora, a pergunta que fica exatamente é: — Onde é que eu estou?
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