If you catch me in my zone it may be you lucky day

Minhas madeixas ruivas se espalhavam sobre o algodão esbranquiçado; quando senti o ardor da manhã aquecendo minha pele - devido as cortinas que eu havia esquecido de fechar -, afastei a mão cerrada que se encaixava debaixo do meu rosto, deixando uma marca avermelhada. Minhas pálpebras custaram a ceder, demorando para me nortear depois de um longo bocejo. Para mim, não existia nada melhor que me arrastar para fora dos lençóis e me debruçar na mureta para sentir o ar gélido vindo de encontro a mim, vislumbrando o horizonte de flora contrastado com algumas arquiteturas de concreto de Le Ange.

Tirando uma mecha que descera rente ao meu nariz, vi que já haviam muitos homens e mulheres reais à postos, rumando para seus afazeres, e mais especificamente, o tenente Morpheu Renard alçando a voz sobre alguns de seus subordinados; parecia algo delicado, e isso me fez franzir a testa. O que poderia ter o irritado desse jeito? Me questionei, desviando meu rosto assim que notei que ele havia me percebido ali. Homens como aquele levavam intromissões muito a sério, então quando ele cruzou ambos os braços acima do torço, me virei no mesmo instante em que uma voz masculina resoou:

— Zara! Vamos lá Zara, eu tenho muito o que fazer — disse o rapaz. Ele adentrava meu cômodo com uma torrada na boca, um copo vitralício com cafeína em uma mão, uma louça delicada com pães diminutos e frutas silvestres na esquerda, e vários papéis de baixo do braço. Esse era James, sem mais, a pessoa mais importante para mim.