Ver o tópico anterior Ver o tópico seguinte Ir para baixo

[missão - sammuel] melhores amigos (onepost, difícil)

[missão - sammuel] melhores amigos (onepost, difícil) Empty [missão - sammuel] melhores amigos (onepost, difícil)

Mensagem por Asura Sex maio 24, 2019 5:41 pm

melhores amigos


A amizade de Sammuel e Viserion era profunda. Os dois haviam se conhecido faziam-se alguns anos, criando um laço profundo de amizade. Seu amigo, de cabelos brancos e olhos violetas, era frágil e de pele pálida como a lua, sendo como um raio de sol. Seu poder envolvia uma empatia com um dragão do tamanho de um pônei que ele era capaz de invocar. Ele era gentil, lindo e dono de uma aura magnética, sendo adorado por toda a população de Kaleo. O homem era dono de uma loja de flores, diferente de você, Sam, cujo trabalho era o de venda de armas contrabandeada. Era como se vocês dois fossem lados opostos de uma mesma moeda.

Logo pela manhã, você foi visitado por seu amigo, com escoriações e visivelmente abalado emocionalmente. Ele estava desesperado, havia sido perseguido por um homem que aparentemente era obcecado por ele e que tentara sequestra-lo durante a madrugada, conseguindo até mesmo matar seu dragão. Tendo de correr por todo o distrito para salvar sua vida, o loiro acabara buscando ajuda justamente na sua casa. A sua obrigação era auxiliar seu amigo, caçar e até mesmo matar o homem que oferecia um risco tremendo à vida de Viserion, custe o que custasse.

INFORMAÇÕES

• Você tem 1 mês para postar;

• O seu amigo se chama Viserion, seu poder é o de invocar um dragão que atualmente tem o tamanho de um pônei, mas que fora assassinado pelo homem que persegue seu amado companheiro;

• Você precisará bolar um plano para caçar o homem, e isso deixarei para você decidir. Vai atraí-lo para uma armadilha ou irá procurar por ele pela cidade? Viserion ficará a salvo com você ou irá deixa-lo seguro em algum lugar?

• O homem que persegue seu amigo possui o poder de transmutar o corpo em fumaça, podendo se teletransportar a até no máximo dez metros ao seu redor;

• Você irá matar o homem e de algum modo você irá descobrir que na verdade ele procura por seu irmão que havia sumido. Se o homem falará isso para você ou descobrirá de algum modo é escolha sua, mas isso vai deixa-lo com uma pulga atrás da orelha;

• Quando finalmente salvar Viserion, irá leva-lo a sua casa e descobrirá a grande verdade (a descoberta você decide como vai ser): seu melhor amigo, tão bondoso e gentil, na verdade sequestrou o irmão pequeno do homem que o caçava, mantendo-o consigo para propósitos horrendos e indescritíveis, provando ser um verdadeiro monstro;

• Irá enfrentar Viserion, matando-o e libertando a criança que ele sequestrou;

• Como irá conseguir conviver com a culpa de ter matado um homem inocente cujo único pecado foi querer salvar seu irmãozinho? E como irá se olhar no espelho depois de ter sido amigo de um estuprador durante quase cinco anos?

• Boa sorte!



Asura
96

25/03/2019

Asura

Ir para o topo Ir para baixo

[missão - sammuel] melhores amigos (onepost, difícil)

[missão - sammuel] melhores amigos (onepost, difícil) Empty Re: [missão - sammuel] melhores amigos (onepost, difícil)

Mensagem por Sammuel Harvery Sáb Jun 01, 2019 11:45 pm


Flashback on:

Era uma noite fria, Kaleo estava extremamente quieta, quase que em sua totalidade. Os únicos sons que ainda podiam ser ouvidos vinham dos bares e tavernas, onde os bêbados socializavam e brincavam entre si. No ponto de encontro, Sammuel aguardava o homem que havia lhe encomendado um fuzil. Geralmente ele exigia toda uma ficha técnica da pessoa, afinal de contas, por mais que soubesse que armas matavam, não queria ser o responsável pela morte de ninguém. Era um pensamento muito ingênuo de sua parte, mas, preferia se iludir a acreditar na verdade por trás do semblante simpático de seus clientes. Observou o relógio, constatando que o outro estava exatamente cinco minutos atrasado. Sammuel odiava atrasos. Ele sempre chegava no local com, no mínimo, dez minutos de antecedência. Tempo era algo muito especial para ele, que, odiava desperdiçá-lo. Mas, naquele dia, resolveu ser um pouco mais tolerante, e, aguardar pelo menos mais cinco minutos, para, quem sabe, se encontrar com o cliente.E, dito e feito.

Era um homem esguio, cabelos brancos, seus olhos eram de um tom misterioso, algo entre o cinza e o azul, talvez fossem de tom violeta, era algo interessante. Usava vestes soltas, quase um manto. Seu sorriso era desdenhoso, caminhava sem medo ou preocupação alguma. Talvez fosse um tolo, ou, talvez, fosse poderoso o suficiente para não temer as ruas, principalmente, à noite. Quando aproximou-se o suficiente de Sammuel, estendeu a mão, sem nada falar, exigindo sua mercadoria. O ruivo, já acostumado com determinados tipos de golpe, sacou sua pistola e apontou-a para o peito do rapaz, como em um pedido de espaço. Não ia matar ninguém, mas, não seria passado a perna. O loiro, pelo contrário do que se esperava, não obedeceu. Foi então que Sammy percebeu que não estavam sozinhos. Uma respiração pesada pôde ser ouvida, o clima começou a ficar morno, quase como em uma sauna, e, passos puderam ser ouvidos. Com certeza não eram passos humanos, alguma criatura estava ali, a espreita. Harvery ergueu a sobrancelha e observou o outro, que, sorria em forma de deboche.

— Tudo bem, o que está escondendo aí? — Quis saber.

Foi aí que uma criatura escamosa caminhou pesarosamente até a fonte de luz mais próxima.  Era, sem dúvidas, a criatura mais repugnante que o ruivo já havia visto. Suas escamas eram furta cor, quando a coisa se movia elas adquiriam uma coloração nova; os olhos eram de um amarelo profundo, quase doentio; as presas eram tão grandes quando a própria arma do Harvery presente, mas, a altura deixava a desejar. Não maior que um burro de carga. Apesar da aparência hostil do bicho, Sammu ergueu a sobrancelha e começou a rir, dando de ombros.

— Sabe, cara, é cada coisa que me aparece! — Disse rindo. — Dinheiro primeiro, mercadoria depois.

O outro, percebendo que o ruivo não abrira mão de sua forma de fazer negócios, revirou os olhos e levou uma das mãos para dentro do sobretudo esvoaçante, dali, retirou uma pequena bolsa de couro, estufada devido o conteúdo, que, possivelmente carregava. Suspirou e estirou o braço na direção do Harvery, que, pegou a bolsa e a abriu, constatando que realmente possuía moedas de ouro. Guardou  a nova aquisição em um bolso de sua jaqueta e retirou o fuzil de um dos seus múltiplos bolsos. Entregou a arma para o outro e a segurou o encarando.

— Não creio que precises de armas quando se tem um dragão. — Questionou.

— E não preciso. Mas, nunca se sabe quando será necessário. — Sorriu.

— Sinto que não será a última vez que nos encontramos.

— Na próxima vez que vir alguém de cabelos brancos por aí, chame por Viserion. Com certeza serei eu. — Riu.

Flashback off.

Primeiro Ato

Era uma manhã nublada, Sam havia acordado a pouco e estava sentado na sala, tomando café. Seu irmão, Dean, havia partido na noite anterior, para fazer uma entrega ou sabe-se lá mais o que. Ele estava cansado dos mistérios do irmão, sempre ausente, deixando-o sozinho. Suspirou e pegou a xícara para mais um gole, foi aí que ouviu as batidas em sua porta. Pegou a camisa mais próxima e vestiu, caminhando até a entrada da casa, e, deparando-se com uma figura magra, de cabelos brancos e olhos de cor violeta. Viserion. Ergueu as sobrancelhas e deixou que o amigo entrasse em sua casa. Parecia ter passado por maus bocados. Sua pele tinha marcas de espancamento, e, além disso, parecia muito triste e abalado, tal como se tivessem lhe dado uma surra.

Sammuel fechou a porta atrás de si e conduziu o amigo até o sofá, fazendo-o se sentar. Foi até a cozinha e pegou uma garrafa d’água e um copo, levando para o mesmo e o oferecendo. Viserion bebeu tudo em um só gole e logo observou o Harvery, seus olhos pareciam cansados e perdidos, tal como Sammy nunca havia visto antes. Ele suspirou profundamente antes de falar, mas, quando se pronunciou, tudo ficou mais claro.

— Estou com dívidas, Sammuel. E estão atrás de mim. Sabe como são os agiotas de Kaleo. Mataram meu dragão.

Sammu ouvia tudo com atenção, estava um pouco intrigado com aquilo, não sabia que o amigo era envolvido com agiotas, mas, saber que mataram seu dragão foi algo que realmente o chocou. Ele assentiu pesarosamente e levou a mão ao ombro do loiro, como se, com o gesto, dissesse que tudo ficaria bem.

— Quem e onde?

— Seu nome é Markus, ele estava em um galpão, próximo à fronteira com El diablo. Provavelmente vai contrabandear as escamas do meu dragão. E mesmo assim ainda quer que eu pague.
Sammuel assentiu e vestiu sua jaqueta de couro, a clássica camuflagem para todas as suas armas. O amigo se levantou, ainda que estivesse um tanto cambaleante, e, se colocou a sua frente, para interromper a passagem.

— Onde pensa que vai?

— Atrás do tal Markus. — Respondeu Sammy.

— Está louco? Ele vai matar você.

— Não vai não. Só vamos conversar.

— Sammuel, as coisas não se resolvem com conversa fiada.

Erguendo a sobrancelha, Sammy colocou as mãos no ombro do amigo e o tirou do caminho, passando, por fim, pela porta. Respirou o ar poluído de Kaleo e escalou sua própria casa, ficando no teto dela. Dali, podia ver todos os muros, vias e ruas do distrito. Começou a correr por ali, saltando de telhado em telhado como um gato, seus saltos suaves, sem fazer grande alarde, não chamando atenção de ninguém. Era incrível como as pessoas nunca olhavam para cima, depois de ter percebido esse fato, sempre passou a observar os arredores, e, claro, olhar para cima. Sammuel só tinha um nome: Markus. Não sabia como era, o que pensava, onde vivia… Nada. Só um nome. Uma localização. Era do que precisava.

***

Depois de passar do centro de Kaleo, Sammuel decidiu descer dos telhados e caminhar lentamente pelas ruas, como se estivesse ali só observando as mercadorias e às lojas. Kaleo parecia com uma feira gigantesca, mercadores dividiam espaço entre as ruas para vender diferentes tipos de coisas. Era muito comum encontrar alguém que vendesse vinho ao lado de alguém que vendesse sapatos. Organização não era algo que passava por ali, muito longe disso. O sol começava a aparecer, porém, o céu ainda se mantinha nublado. A fronteira de El Diablo se aproximava, e, com isso, o galpão que Viserion falara. Sammy engoliu em seco e entrou em um beco, escalando novamente a parede, para que, voltasse a estar no teto. Quando se aproximou o suficiente da proximidade do lugar, viu que, na entrada, haviam dois guardas. O tal homem parecia, definitivamente, importante. Precisava distrair aquelas pessoas sem machucá-las… Como? Foi aí que uma ideia lhe surgiu em mente. Levou a mão às costas e dali retirou uma sniper. Arma que conseguiria atirar a longa distância. Em seu bolso, tirou um compressor e colocou-o no cano da arma. O compressor servia para abafar o som do tiro, de tal forma que, por mais que atirasse, não seria possível ouvir a direção que o tiro havia surgido.

Deitou-se no telhado, e, apoiando a arma em seu ombro, usou a mira de precisão para decidir o local do tiro. O galpão estava bem de frente para si, na lateral esquerda, havia uma poção de toras de madeiras, todas, amarradas por cordas e presas em uma viga. Se a corda se rompesse, os troncos cairiam no chão, fazendo um enorme estrondo, e, em consequência, chamando a atenção dos homens que estavam ali na frente. O tempo para eles irem averiguar seria de aproximadamente trinta segundos. Eles observariam o que havia acontecido, e, em cerca de 120 segundos estariam de volta. Sammuel tinha apenas 150 segundos para descer dali e entrar na construção. Moleza. Suspirou profundamente e levou a mira ao olho, encontrando a corda. Seu dedo foi até o gatilho e atirou. A bala fez um percurso perfeito até encontrar seu destino, partindo a corda e derrubando os troncos no chão com um baque surdo. O homem mais próximo tomou um susto, olhando para o companheiro e o chamando para ir ver o que havia acontecido. Ambos sacaram suas armas e caminharam com cautela. Era a deixa.

Sammuel saltou do muro e pousou no andar de baixo, descendo as escadas o mais rápido que conseguia, saltando os degraus de quatro em quatro, sem fazer barulho. atravessou o beco que separava a construção que estava do galpão, e, enfiou-se pelos portões de madeira que os homens estavam guardando. Ele esperava ver mais alguém do lado de dentro, porém, aparentemente, ninguém estava ali a sua espera. Suspirou profundamente e observou o loca. A sua direita e esquerda haviam escadas, que levavam a um andar superior, onde, passarelas no centro unificavam os caminhos. Mais toras de madeiras estavam penduradas ali. Ir ao andar de cima seria perda de tempo. Observou o piso inferior, várias caixas de madeira estava empilhadas, e, no fim do galpão, alguns containers, provavelmente iriam para os navios. Em suas costas, Sammy ouviu os homens voltarem ao seu posto. Suspirou e correu silenciosamente até a pilha de caixas mais próxima que viu, ocultando sua presença.

Segundo Ato

Sua respiração estava entrecortada, ofegante. Caminhava se esgueirando por entre os caixotes, fazendo o mínimo de barulho possível, afinal de contas, não queria chamar atenção de quem quer que estivesse ali. Pior ainda, não sabia se Viserion havia dito toda a verdade, Markus poderia claramente nem estar ali, talvez fosse apenas seu negócio. Como um bom vendedor e estrategista, Sammy sabia como as pessoas costumavam negociar, por vezes mandavam apenas os empregados irem ao local de estoque para administrar a mercadoria. Não era assim que funcionava com os Harvery, em parte por ser algo ilegal, parte por quererem manter o negócio entre dois irmãos apenas. Ambos sabiam os riscos que corriam diariamente, mas, o perigo parecia ter sido algo que ficara habituado entre ambos, a ponto de não se importarem mais em viver ou morrer. Depois de se esgueirar no armazém por uns cinco ou dez minutos, vozes começaram a ser ouvidas. Sammuel se encostou em uma das caixas de madeira, porém, parecia estar encaixada de uma forma qualquer, o que resultou em um pequeno estalo.

Por mínimo que tenha sido o barulho causado pelo ruivo, a conversa havia se encerrado, Sammuel pôde perceber que um dos homens despachada os outros, fazendo-os sair do galpão. O que era muito estranho. Por experiência própria, Sammy sabia que os capangas deveriam estar procurando-o ali, era assim nos livros, nas histórias, e, bom, provavelmente na vida real também. Naquele momento ele fechou os olhos e começou a se perguntar se a amizade com o loiro valia tanto a pena a ponto de estar ali, arriscando sua vida. Em troca de que? O que ele faria com o outro? Iria conversar? Tirar satisfações? E se o homem fosse violento e partisse para cima? O que faria? Sabia que não podia revidar, machucar pessoas não era algo se seu feitio. Simplesmente não podia fazer isso. Suspirou profundamente e abriu os olhos, pronto para sair dali e voltar para casa. Tarde demais.

O suposto Markus estava a sua frente, seu rosto era completamente negro, como a própria escuridão. Ele parecia uma fumaça tóxica, estava translúcido, de forma que Sammy conseguia enxergar através dele. Deve ser sua individualidade… Harvery tentou recuar mas sentiu suas costas batendo, novamente, contra a madeira. O homem a sua frente deu um suspiro longo e pesado, o que fez o ruivo erguer as mãos, em um sinal de paz ou rendição. Porém, claramente, Markus não queria diálogo. Solidificou a destra e desferiu um cruzado no maxilar do ruivo, que, ao cair no chão, engatinhou para longe da sombra que o cercava.

— Tenho certeza que podemos chegar a um consenso! Sim? — Falou, de forma apressada. Engoliu em seco e continuou. — Eu só quero saber por quê está atrás de Viserion!

Aquele nome pareceu encher o homem de raiva. Ele observou o ruivo e este pôde perceber o olhar do outro ir de preto a vermelho em questão de segundos. Sammuel se levantou, ainda cambaleante e tentou se afastar do outro, correndo às cegas naquele armazém. Markus agora era apenas uma fumaça densa que se espalhava por todo o local, cercando o jovem. Escondido atrás de um corredor de caixas, Harvery tentou recuperar o fôlego e, nesse momento, foi surpreendido pela voz de seu perseguidor, ecoando pelos quatro cantos do espaço. Agora ele sabia porque Markus não havia mandado seus subordinados. Ele não precisava.

— Está aqui por Viserion, não é? — Começou a rir. A risada ecoava como trovões em dia de tempestade. — Aquele homem destruiu minha vida! Deitou-se com minha irmã! Matou minha filha e minha esposa! Ele não passa de um mercenário que só pensa no próprio rabo! — Sammuel ouvia tudo com os olhos arregalados , incrédulo ao constatar a verdade sobre o loiro. — Você é ingênuo, rapaz. E agora vai pagar o preço por isso. Você e todos aqueles que têm ligação com a escória.

Antes que pudesse piscar novamente, Markus começava a se materializar em sua frente. Primeiro o rosto, as mãos, que, foram de encontro ao pescoço de Harvery e o ergueram do chão, sufocando-o. Apesar da visão começar a ficar turva, Sammy começou a ver o corpo do outro ganhando forma, primeiro internamente e, depois, externamente. Sem conseguir raciocinar direito, ergueu a destra com as poucas forças que ainda lhe restavam e a levou em direção ao peito alheio, envolvendo sua mão no coração já sólido do outro. O homem deu um solavanco e soltou seu pescoço, o corpo se materializando totalmente. O braço de Sammuel estava preso dentro do corpo do outro, a mão ainda em volta do coração. Com os olhos arregalados, o ruivo olhava para o outro, tentando soltar a mão apenas para ver que piorava a situação. Lágrimas começaram a rolar por sua face, o queixo tremia. O que havia feito? Estava matando um homem! Markus olhava fixamente em seus olhos, como se pudesse ler todos os seus pensamentos, e, por último, sorriu.

— Parece que você não tem um coração ruim, filho. — Falou. Agora que conseguia ver o rosto do homem, Sammy percebeu que ele teria a idade do seu pai. Markus levou as duas mãos ao antebraço do ruivo, e, lentamente, puxou-o para fora de seu corpo, Cabinda semiconsciente no momento seguinte. Harvery correu até o corpo caído, soluçando após tanto chorar. Observou a cor vermelha do sangue em seus braços e sua respiração começou a ficar falha, entrecortada. Estava ficando sem ar.

— Calma, meu jovem. O fim chega para todos. — Markus sorriu, deitado no chão. — Prometa para mim que minha morte não vai ser em vão. Vá atrás de Viserion e não deixe que ele engane mais ninguém. — Ele sorriu, mas, ao fazer isso, sangue escorreu por sua boca. Tossiu no momento seguinte, lágrimas escorrendo por seus olhos quase sem vida. — Vá, meu jovem. Meus homens chegarão em breve. Não vai querer que eles o encontrem aqui.

Mas o corpo do ruivo não entendia o que estava sendo dito. Estava em choque, ajoelhado ao lado do corpo do homem, observava suas mãos sujas de sangue. Lágrimas rolavam de seu rosto, turvando sua visão. Tinha de sair dali, tinha de terminar aquilo. Um homem havia morrido. Ele havia matado um homem.

Vozes ecoaram no armazém, os subordinados de Markus haviam voltado. Como que acordando do topor, Sammuel se levantou, e, cambaleante, começou a caminhar por entre as caixas. Limpava o sangue, em desespero, querendo se livrar do cheiro metálico, da sensação morna e gosmenta em suas mãos. Escondeu-se em meio ao lugar, percebendo uma fresta na estrutura. Provavelmente uma deformidade causada pelo tempo. Não tinha tempo para pensar, correu até ali, e, espremendo-se, conseguiu passar. Seu antebraço sendo cortado entre o cotovelo e o pulso. Se praguejou mas correu de volta ao telhado de onde havia vindo.

Uma chuva torrencial banhava seu corpo, poças vermelhas ficavam para trás. Seu sangue misturado com o de Markus. Subiu os lances de escada e, ao estar no telhado, correu para longe dali, voltando para o centro de Kaleo. Suas pernas o levaram ao telhado do bar de Agnes, onde, sentou-se para respirar e descansar. Não podia descer, havia matado um homem.

Observou o ferimento em seu braço, parecia bem feio. Tirou as mangas da jaqueta de couro fora, deixando-o como um colete. Agora podia ver o corte de um ângulo melhor. Havia sido longo, mas, provavelmente, não havia sido profundo. Suspirou aliviado. Levou a mão ao bolso da jaqueta, e, dali, retirou uma bandana. Amarrou-a em seu machucado e apoiou-se na chaminé do bar. Sua respiração ainda estava falha. Tanto pela corrida quanto pelo que havia feito. Porra. Ele tinha matado um homem. O sangue, a cor, o cheiro. A morte. Ele havia causado a morte de um homem. A morte. De. Um. Homem. Seu estômago se contraiu e ele se jogou para frente bem a tempo de vomitar. Seu corpo doía e tremia. Se encostou de novo na chaminé e levou as mãos ao rosto, lágrimas começaram a sair de forma automática e ele não conseguiu distinguir o que era choro e o que era chuva.

Terceiro Ato:

Um amigo deveria ser alguém em que se confia, em que se pode contar, que vai sempre estar ali para te proteger assim como você também estaria ali para protegê-lo. Um amigo é um confidente, é um irmão de outro sangue mas que quebra essas barreiras pois o verdadeiro amor não precisa ter limites. Um amigo é mais que um amor. Um amigo é como um irmão. E Viserion havia sido seu irmão. Havia sido aquele em que confiara. Em que morreria para proteger. Viserion fora aquele por quem Harvery matou para proteger. Porém, o loiro não era quem se esperava. Ele havia mentido, traído sua confiança, armado contra ele. Pior, havia matado e pedido para que Sammuel fosse lá e finalizasse a porra do seu trabalho. Agora o ruivo estava ali, frágil, machucado, triste e de coração partido como o trouxa que era. Os punhos se cerraram automaticamente, o maxilar travou e ele olhou para o céu, as gotas de chuva batendo contra seus olhos e simplesmente gritou. Tão alto quanto pôde. Tão forte quanto um trovão.

Se levantou em um salto e começou a correr, saltando de telhado em telhado. Suas mãos buscavam apoio nas pedras molhadas, e, por vezes, se arranhavam na procura por um apoio, mas, ele não se importava. Seu corpo estava dormente para qualquer dor física, sua mente e seu coração estavam destruídos. Ele só tinha um alvo, só tinha uma pessoa que queria ver. Que queria o sangue e que sentiria prazer em vê-lo. Agora sabia o que era a vingança. Agora entendia o sentimento que seu irmão carregava em relação de seus pais. Agora ele compreendia. Sammuel parou e respirou profundamente, sentindo as gotas escorrerem por seu corpo. Havia chegado, sua casa. Era agora. Fechou os olhos e saltou para o sobrado, pousando sobre o deck. Caminhou até a porta e a abriu. Viserion estava sentado em sua mesa, comendo de sua comida, vestindo suas roupas. Estava em sua casa. Carregava a mentira, traição, sabotagem. O sangue. Viserion carregava sangue em suas mãos. Carregava o sangue que agora estava nas mãos de Sammuel. Ele havia mentido. Havia matado pessoas inocentes. Sabe-se lá quantas.

O ruivo caminhou para dentro de casa e fechou a porta atrás de si. Misteriosamente calado. O loiro parecia desconfiar que algo não estava certo, mas, ao ver Harvery em casa, suspeitou que tudo houvesse dado certo. Mas não havia. Sangue. Sammuel estava com sangue em mãos. Sangue de um homem inocente. Olhou para o rosto do outro, para seus olhos cor de violeta e tudo o que conseguiu ver foram mentiras. Engoliu em seco e ergueu a sobrancelha para o outro.

— Você sabia. Sempre soube o que ia acontecer lá. Você sabia e me mandou!

— Eu não fiz nada! Você que saiu como um louco! — Protestou o loiro.

— Você mentiu. Você matou a família dele! Você fez de mim um assassino! — Gritou o ruivo, os punhos cerrados. As próprias unhas dilacerando a carne de suas mãos.

— Como saber se ele não mentiu? — Viserion riu. — Você é muito ingênuo, Sammuel! Acredita em qualquer um! Eu não fiz nada. Você o matou sozinho!

Havia algo em acreditar nas pessoas. Você sabe quando elas estão mentindo, sabe que não estão dizendo toda a verdade, mas, preferem acreditar nelas para não machucar a si mesmo. Prefere se iludir. Mas também consegue ver quando estão sendo sinceras. Markus havia sido sincero, estava morrendo. Não havia nada a perder ali, o que ganharia com uma mentira? Mas Viserion? Não. Claramente estava mentindo. Uma mentira poderia salvar sua vida. O ruivo engoliu em seco e assentiu lentamente, constatando o verdadeiro amigo que tinha. Quando abriu os olhos novamente, já sabia o que fazer. Caminhou em direção ao loiro, que, ao perceber a súbita mudança de humor, começou a recuar e tentar argumentar, mas, as palavras não eram mais que zumbidos nos ouvidos de Harvery. Nada mais tinha sentido. Apenas a vingança.

Viserion encontrou a parede atrás de si, não havia saída. A mão de Sammy foi até seu pescoço, apertando-o. Sufocando-o com suas próprias mentiras. Devolvendo a dor que havia dado aos outros. Tirando sua vida lentamente. As pálpebras de Sammuel não piscavam, tal como se ele estivesse em torpor, vendo algo além da cena a sua frente. Em um gesto inesperado, o loiro tirou uma das armas de Harvery do bolso, pronto para atirar em defesa, mas, fraco como estava, chamou atenção. Sammy afrouxou o aperto e segurou na mão dele, pegando a arma de volta. Suas mãos, extremamente familiarizadas com o mecanismo, levaram seus dedos ao gatilho, mirando na testa alheia. Então, o fim se fez. O dedo de Harvery apertou a alavanca liberando a bala de 3 milímetros, que, perfurou a cabeça do loiro, deixando uma mancha de sangue na parede azul. Dean abriu a porta da frente a tempo de ver a cena. Suspirou em choque ao constatar que havia sido seu irmão o autor do crime.

Sammuel se afastou do corpo, ainda com o olhar perdido. Pegou a arma que estava em sua mão e apontou para a própria testa, pronto para ir ao inferno junto com os outros, não suportando o peso do que fez. Mas, bem a tempo, seu irmão correu ao seu encontro e tirou a arma de sua mão, abraçando-o e reconfortando-o. Como que voltando a si, Sammuel desmoronou no chão, em prantos pelo que havia acontecido. Tudo o que conseguia ver e ouvir eram o corpo do loiro no chão e a voz de Dean misturada aos trovões.

「R」
Sammuel Harvery
Por hoje é só, pessoal q

28

27/04/2019

Sammuel Harvery

Ir para o topo Ir para baixo

[missão - sammuel] melhores amigos (onepost, difícil)

[missão - sammuel] melhores amigos (onepost, difícil) Empty Re: [missão - sammuel] melhores amigos (onepost, difícil)

Mensagem por Asura Dom Jun 02, 2019 7:38 pm

Preciso salientar o quão bem você se saiu. A missão foi muito bem desenvolvida e você desenvolveu bem a perseguição e o embate com Markus, entretanto confesso que senti um pouco de falta da relação entre você e o seu amigo (o flashback foi bem colocado, mas num panorama maior não houve o suficiente para que eu me apegasse ao personagem emocionalmente, de forma que a sua morte para mim foi de pouco impacto).

Outra coisa: Viserion sequestrou uma criança e você deveria libertá-la, mas não foi o que aconteceu e, por causa disso, o pobrezinho vai continuar preso e irá morrer de fome e sede. Parabéns por isso, Sam! [missão - sammuel] melhores amigos (onepost, difícil) 1998801589

Sua escrita é muito boa e não vi erros de gramática aparentes.

• Ortografia: 100%
• Gramática: 100%
• Cenário: 100%
• Enredo: 90%
• Dificuldade: 90%

+1920xp já adicionados à sua ficha
Asura
96

25/03/2019

Asura

Ir para o topo Ir para baixo

[missão - sammuel] melhores amigos (onepost, difícil)

[missão - sammuel] melhores amigos (onepost, difícil) Empty Re: [missão - sammuel] melhores amigos (onepost, difícil)

Mensagem por Conteúdo patrocinado

Conteúdo patrocinado

Ir para o topo Ir para baixo

Ver o tópico anterior Ver o tópico seguinte Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
PARCEIROS
:: Topsites Zonkos - [Zks] ::