Os fiéis, atravessando as escadarias de pedra cinzenta na zona leste e rudimentar, buscavam pelo ato de fé. Crentes das convicções de ambos os deuses — os primeiros em Haafingar —, devotam as vidas a escutar os desejos deles, ou um sinal do destino; a iluminação divina poderia clarear as ideias e ideais. O louvor dedicado à estátua de ouro, uma mulher de braços abertos, símbolo do afeto e compaixão. A mãe de todos — apelidavam a deusa com tal título.

Um local sagrado, distante das perversidades do homem. O santuário é aberto a todos, mas nem todos visitam os salões internos. As salas de madeira com pilares de pedra, repletas de bancos e cadeiras para acomodar os viventes. Ou sentam, ou deitam sobre os joelhos com as palmas defronte ao rosto em reza. A figura da estátua está ao fundo, onde todos apreciam a sua imagem durante as palavras dos sacerdotes.

Tanta espiritualidade apenas para disfarçar os olhos da sociedade do real intuito do Santuário.

Seguindo a lateral do salão principal — o local de reza —, encontra-se uma porta. Uma porta preta de madeira, absolutamente imóvel independente da força imposta. Bata nela três vezes, intervalo de três segundos entre cada e ouça a voz gutural e sombria perguntar:

• O que é a música da vida?
  
  Apenas o real seguidor do santuário saberia respondê-lo. Diga então: "o silêncio, irmão". Um desenho de um crânio esquelético se projeta magicamente na madeira da porta, uma palma avermelhada é desenhada no centro da testa e ela é destrancada.
  

A escadaria então segue o rumo do subsolo. Vinte, trinta ou cinquenta metros sob a linha da superfície. A luz gradativamente some, substituída pelas tochas de chamas verdes nas laterais. O oxigênio rarefeito de um momento, trincando o pescoço, dura somente uns instantes. É chegado o momento de vislumbrar a verdade — o verdadeiro santuário da Irmandade Negra.

Sim, um estabelecimento de fé. Mas, uma fé devassa e travessa — má fé. Uma reza para aguardar o olhar cabisbaixo e decepá-lo com a lâmina na cervical. É regulamento que se tratem como famílias e iguais, sem uso de nomes ou apelidos, apenas o termo irmão ou irmã. Preza pela vontade de Sithis em realizar o massacre e obliterar as vítimas — uma entidade tendenciosa ao caos e à impureza.

Uma mulher, aliás, foi a primeira a escutar as ordens de Sithis. Na verdade, a única também. Eternizada até a atualidade no caixão aberto, expondo a pele acinzentada e decomposta, a mãe da noite era a mulher em questão. Deu a vida à irmandade nos primeiros anos de vida do reinado. Além da entidade da ruindade, a morta é endeusada, já que é aquela que tudo vê e tudo ouve, ditando os nomes dos merecedores da morte.

O homem na posição de O ouvinte trabalha junto da mãe. Reza a lenda que só é possível ascender a esse cargo em específico se escutar a voz da falecida chamá-lo e respondê-la. Além de exercer a liderança da guilda e proclamar as ordens no interno, é deve dele mediar a conversação até Os silenciadores. Os silenciadores têm a responsabilidade de cortar a voz da vida dos indivíduos mandados pela mãe, que o ouvinte passou a eles.  

Há cinco regras obrigatórias na guilda, são elas:

1. Nunca desonre a Mãe da Noite. Fazê-lo é invocar a ira de Sithis.
   
   
2. Nunca trair a Irmandade Negra ou seus segredos. Fazê-lo é invocar a ira de Sithis.
   
   
3. Nunca desobedecer ou recusar ordem de um superior da Irmandade Negra. Fazê-lo é invocar a ira de Sithis.
   
   
4. Nunca roube algo de um irmão ou irmã da Irmandade Negra. Fazê-lo é invocar a ira de Sithis.
   
   
5. Nunca mate um irmão ou irmã da Irmandade Negra. Fazê-lo é invocar a ira de Sithis.
   

O sacerdócio da mãe de todos.

• Regido pelo sumo-sacerdote, ______ (00/01)
  
• Os sacerdotes e as sacerdotisas são ______, [...] (00/04)
  
• Os acólitos do sacerdócio são ______, [...] (00/04)
  
• Os ritualistas são ______, [...] (00/02)
  

A irmandade negra de Sithis.

• O ouvinte, seu líder, é ______ (00/01)
  
• Os silenciadores são Werona Ndigwè, ______, [...] (01/10)
  
• Os informantes são ______, [...] (00/05)
  
• Os agentes de espionagem são Historiya Ndigwè, ______, [...] (01/05)