Beleza,

nem tudo na vida vai parecer tão dificl, certo? Errado.

Ardyn mal conseguia tirar da cabeça de que estava indo para fora da muralha apenas para dar mais uma olhada em como a tropa de expedição funcionava, meio que parecendo uma loucura. Apesar de já ter saído da muralha diversas vezes, nunca tinha perdido o costume de sempre sentir uma onda percorrer todo o seu corpo o levando aos arrepios quando se deparava no caos que o mundo estava. E mesmo sem ter vivido naquele mundo anteriormente, sem ter um pouco de ideia de como era tudo, os destroços conseguiam retratar e deixar bem perceptível todo o descaso que os humanos anteriores tiveram com o mundo.

Ardyn retirou do fundo do seu baú o uniforme comum para a tropa expedicionária, uma que havia conseguido enquanto saqueava um dos navios alguns meses atrás. Tinha guardado a vestimenta para aquele dia, no qual poderia ir num ponto um pouco mais distante, cumprindo um pedido de um aliado: Buscar informações e saber mais sobre uma mulher vista em determinada área fora da muralha. Não era bem o estilo do garoto cumprir tarefas como essas, mas a possibilidade de estar fora das muralhas novamente e a boa vontade do Nobre em compartilhar dos planos de Ardyn o fizeram concordar com a busca. Além do mais, ele entendia como ninguém o sentimento de não poder estar com a pessoa que amava por motivos familiares ou parecidos.

Quando pos os pés no navio, que parou por algumas horas em El Diablo, mas conseguia conhecer muitos rostos por ali. Suas listas de quem estaria junto e comandando aquele navio não estava totalmente completa. Ele se dirigiu a proa, tentando esconder-se ao máximo e estar sozinho a maioria do tempo, mas algumas palavras trocadas eram necessárias para que não fosse tão na cara que ali não era o lugar do garoto.

Ele subiu as escadas, que levavam até o timão, um pouco antes da proa. Ali, estavam alguns barris loteados de bebidas e copos de madeira pendurados em seus arredores, Ardyn pegou um copo e o encheu do líquido vinho, bastante viscoso e ao mesmo tempo águado.

- Saudades de quando colocavam bons vinhos pra gente. Parece que as uvas de Vlitra não estão boas o suficiente para as Tropas.

Falou por alto, olhando por dois patrulheiros que passavam ao seu lado e fez um pequeno sinal com o indicador próximo a testa, cumprimentando-os. Ele seguiu as escadas, escorregando pelo corrimão até, finalmente, a proa e sentou-se na madeira da sacada. A sua frente, uma longa madeira que dava equilíbrio ao barco e que conduzia um dos lemes. Bem colocada sobre essa madeira, uma decoração com uma sereia feita de mármore. De longe, vindo do comandante, um grito.

- PUXAR ANCORAS... IÇAR VELAS.

A expedição estava começando.