Ver o tópico anterior Ver o tópico seguinte Ir para baixo

— ultraviolence

— ultraviolence Empty — ultraviolence

Mensagem por Terpsícore Forchheim Sáb Abr 27, 2019 1:51 am





ultraviolence
A passagem a seguir é FECHADA AOS ENVOLVIDOS. Os envolvidos são TERPSÍCORE FORCHHEIM e ORION WEINGARTEN. Em PALÁCIO IMPERIAL, DISTRITO REAL DE CALÍPSO, por volta das 18:26. O conteúdo que o texto aborda é LIVRE.

"these violent delights have violent ends and in their triumph die, like fire and powder, which, as they kiss, consume"

Terpsícore Forchheim
RAWRRRR CARALHO

11

20/04/2019

Terpsícore Forchheim

Ir para o topo Ir para baixo

— ultraviolence

— ultraviolence Empty Re: — ultraviolence

Mensagem por Terpsícore Forchheim Sáb Abr 27, 2019 2:01 am




U CAN'T DENY
THE BEAST INSIDE



Coberto por lençóis de seda sobre um colchão mais que confortável você se pega refletindo em como tanto ocorreu nos pouquíssimos meses ao lado de Orion.

Sua relação com o rapaz é comentada entre as paredes do palacete imperial, e nenhum dos dois parecem dar a mínima ao que as más línguas segredam na calada da noite quando ambos partilham a mesma cama. Durante os sete dias da semana, com tantos compromissos familiares deixados de lado, dedica o tempo e atenção ao queridinho da cidadela, e você acabou se acostumando com todos os mimos e prazeres que somente a companhia dele pode proporcionar. Ah, Terpsícore, meu doce garoto – teu nome advém de um tempo antigo esquecido pelo homem, de quando deuses ainda caminhavam entre os mortais e os enchiam de bênçãos e fartura.

Ele é como se fosse o seu deus, e você gosta muito de Orion, não é mesmo? Uma pena que não seja de um jeito bom. Você gosta é das joias, do luxo, e das dezenas de criados ao seu dispor. Não que nada disso seja novidade. De família afortunada, opulência jamais foi uma palavra estranha ao seu idioma. Mas com os Weingarten ela acabou adquirindo um significado diferente, do qual não poderia abrir mão.

Agora, nas acomodações do filho do Imperador, sozinho, visando o sumiço repentino dele na madrugada – imagina-se tratando de assuntos da realeza, ou seja lá o que for – desfruta do calor abrasivo da lareira, suando desnudo a exibir toda a graça que o foi presenteado desde o berço, bendita seja a Mãe Preta. Já é final de tarde, e o ar é muito atrativo. Um perfume doce permeia o cômodo, mesclando o aroma de frutas frescas servidas numa bandeja por uma aia, ao que relaxa o corpo recém-despertado de um sono gostoso. A mão livre acaricia Velha Noite, a pantera-guarda-vigia de estimação que incide um olhar feroz contra a servente aterrorizada, o que te diverte.

— Algum problema, Cristine? — Sequer esconde o risinho diabólico, flagrando a moçoila estremecer a cada ronronar mal intencionado da pantera. A garota nega com afinco, mantendo a cabeça baixa em respeito. Pela aparência, diria que ela não deveria ser mais velha. Talvez dois ou três anos de diferença. — Não é o que parece. Por acaso não gosta de Velha Noite? — Os olhos de um verde líquido, ferinos, recaem sobre a cicatriz na perna de outrem; a marca das presas pontiagudas é recente. Ela sabia melhor que ninguém que não deveria deixar você irritado, mesmo que isso acontecesse frequentemente. A criada choraminga baixinho, e você se limita a rolar os olhos, entediado. Para sorte dela, hoje o bom humor o domina. Dispensa a pobre coitada com um aceno, e ela praticamente corre para fora do quarto, aliviada.

Será que os criados da casa costumam ter pesadelos contigo? Você se pergunta, gargalhando. Terpsícore, o formoso, como apelidara papai – e quem o presenteara com a pantera, raríssima, por sinal, considerando as atrocidades naturais acometidas aos animais neste novo mundo -, é a pior pessoa que alguém pode ter o desprazer em conhecer; mesquinho, superficial, petulante, e com um desrespeito surreal pela vida humana. Orion sabia e se embrenhou em cada caminho podre de sua alma. E ele não demonstrou se importar com isto. Partilhando segredos tenebrosos e muito em comum, os defeitos não passavam de complementos na união. Se é que podiam chamar assim.

Alguém bate à porta e você permite a entrada. É Cristine, outra vez, vermelha feito as brasas que ardem fumegante à lareira. Você arqueia a sobrancelha, curioso. “Senhor, o príncipe quer vê-lo”. — E por acaso o príncipe se esqueceu de que este é o quarto dele? — A pergunta soa voraz. A aia é ingênua demais para perceber as casualidades entre você e o herdeiro do trono, e por isso, as atitudes dela culminam ainda mais na proliferação das fofocas entre os empregados do palacete. Você se enfurece. — Orion não precisa de permissão para vir aqui quando eu estiver, Cristine, sua burra. — E ela arqueja, pronta para dar alguma desculpa esfarrapada. Você está cansado de aturar isso. — Velha Noite, pega ela! — Imbuí cada nota em persuasão, atiçando o animal a cometer o ataque. A pantera se levanta num rompante e investe contra a garota que sai aos berros da porta, perseguida pela fera sanguinária.

Você é desprezível, Terpsícore. Como pode achar engraçado os gritos de socorro da garota no extremo corredor, enquanto é estraçalhada pelo felino? Se levanta do colchão, escorregando para dentro de uma calça de cetim no momento em que o seu amado adentra o cômodo, estonteante com sua beleza herdada de uma longa linhagem de monarcas. Ele sim era a síntese perfeita do quanto a natureza nunca falha – nobre, lindo e jovial. O seu tipo perfeito. — Por onde esteve, Ori? Tenho sentido a sua falta. — Até a voz muda na presença do outro, soando meigo e gentil. Ele sabe que não são características comuns a você, claro.

Se complementam perfeitamente. Uma junção perigosa - ele, um deus, e você, o devoto.






COM: Orion Weingarten
Terpsícore Forchheim
RAWRRRR CARALHO

11

20/04/2019

Terpsícore Forchheim

Ir para o topo Ir para baixo

— ultraviolence

— ultraviolence Empty Re: — ultraviolence

Mensagem por Albedo Souteyrand Dom Abr 28, 2019 1:09 am




É melhor reinar no inferno do que servir no céu
Disse a serpente à mulher: “Certamente não morrerão! Deus sabe que, no dia em que dele comerem, seus olhos se abrirão, e vocês, como Deus, serão conhecedores do bem e do mal”. (Gênesis 3)


Embora precisasse dormir pouco para recuperar por completo as suas energias, o jovem príncipe detestava ser despertado por razões que não o interessavam. Nem mesmo com a presença do nobre Terpsícore em seus aposentos, burocratas não se importavam em mandar que serviçais acordassem e buscassem aquele dos olhos com fendas no lugar de círculos. Ainda havia nenhum respeito e pouco medo.

O servo que teve o azar de ser destinado a avisar a alteza imperial, com as pernas trêmulas e um grande nó em sua garganta, fez uso de toda a coragem possível de se reunir desde que recebeu sua ordem. Ao abrir um das duas grandes portas para o quarto do príncipe Weingarten, ele não somente testemunhou um rapaz moreno repousando na cama junto a um felino de porte grande demais, mas também teve sua visão tomada por um menino cândido; Orion despido e de pé frente a um espelho com mais de dois metros.

Quando cruzaram os olhares, um silêncio incômodo pôde atacar a paciência de vossa alteza.

— Deseja pintar um quadro? — O questionamento de Orion não passava de uma pergunta retórica recheada com seu ódio pela privacidade invadida. Se não estivesse aguardando pela convocação da qual se tratava a presença do servo ali, a vida daquele sem sangue azul findaria muito mais cedo do que era o esperado.

Trajando somente um roupão de cetim púrpura para esconder certas partes de seu corpo, o príncipe acompanhou o serviçal sem nome. Chegando a tocar o ombro do não-nobre durante a passagem por um extenso corredor, provocando um arrepio da quimera de sangue quente. Com a unha de seu indicador, o ruivo desenhou algo similar a um círculo, a letra O. “Você será meu assim que notarem essa marca”, pensou após deixar sua inicial ali.

●●●

Durante a reunião com os nobres e chefes das famílias que ajudaram na construção de seu mais novo projeto, Orion amaldiçoava aquela que escreveu os pormenores de tudo aquilo. Havia partes chatas demais deixadas no roteiro entregue ao príncipe e, embora ele soubesse disso há muito tempo, não conseguia aceitar com um sorriso convincente em seu rosto. Por isso sua face parecia a junção das duas máscaras do teatro.

Quando terminou de assinar as dúzias de documentos oficiais, o príncipe Weingarten se levantou da mesa em que ocorria a reunião, sem esperar o término dos assuntos debatidos. Todos o encararam, incrédulos que até mesmo ele teria tal comportamento numa situação dessas. Nenhum deles sabia que tudo aquilo somente era tolerado pela oficialização daqueles documentos. Portanto, toda sua classe inerente a realeza não era mais necessária depois de obtê-los.

Sem mais delongas, deixou a sala especial para reuniões e fez o mesmo caminho por onde veio, mas em ordem inversa. Durante seu retorno, encontrou uma criada e lhe disse:

— Vá ao meu quarto. Quero falar com Terpsícore — sua fala estava calma, mas ao ver a velocidade que a quimera se movia, alterou-se — AGORA.

Essa simples ordem acarretou na morte da mesma, o que surpreendeu nem um pouco o ruivo. Concluiu, então, que precisaria ele mesmo ir ao encontro de seu amado.

Orion adentrou seus aposentos sem fazer barulho algum, pois a porta se encontrava ainda aberta depois da tentativa falha de fuga da servente. Nisso, o jovem príncipe pôde ver o rapaz com quem queria falar ainda como veio ao mundo. Estava a colocar uma calça de cetim enquanto a alteza se aproximou dele.

“Quase sinto pena por colocá-lo nesse mundo”, pensou vossa majestade. O ruivo levantou um de seus joelhos para a altura da cama, colocando-o ao lado de Terpsícore para assim permitir fazer o mesmo com a outra. Sentado no colo do mais novo, encarou ele com sua expressão indiferente, como uma serpente. “Quase”.

— Tenho duas surpresas para você, Terp — disse Orion, ignorando o que o outro havia dito. — O hospital que vou abrir e você me ajudou a escolher um nome… Será seu. — Mesmo com tamanha revelação, nem as pupilas do príncipe se alteraram. Já havia repetido tal cena em sua cabeça tantas vezes que o momento parecia uma simulação. Embora sentisse nada, aguardou pela reação do nobre antes de prosseguir.

λ. À sua estultícia o homem chama destino.

Albedo Souteyrand
— ultraviolence F38e44b22b05c89f67333c5fce360962

36

20/04/2019

Albedo Souteyrand

Ir para o topo Ir para baixo

— ultraviolence

— ultraviolence Empty Re: — ultraviolence

Mensagem por Terpsícore Forchheim Seg Abr 29, 2019 10:36 pm




U CAN'T DENY
THE BEAST INSIDE



Ostentando o olhar austero de seu amado, sente muitíssimo gosto pela pouca proximidade entre ambos – assim que o príncipe escolhe teu colo como assento, acomodado, um fervor se alastra no baixo ventre. Orion foi e é o único garoto ou pessoa por quem se sente domado. E olha que muitos outros antes dele tentaram colocar uma coleira em você, não é mesmo, Terpsícore?

— Surpresas? Adoro surpresas. — Alarga o sorriso, ansioso pelos cortejos da vez. Embora acostumado aos mimos de outrem, nunca se deixara satisfazer com pouco. Se Orion desejasse provê-lo com mais e mais presentes, bom, você nunca recusaria. — Oh! Sério? Mas... — Foi realmente inesperado agora, no entanto, mediante a afirmativa do repasse do projeto que trabalharam juntos semanas atrás. Não conseguindo impedir a transitar entre a confusão e o assombro de resplandecer na face jovem e bela. Um hospital em suas mãos?

Você se pergunta qual seria a melhor reação para o momento; ter um patrimônio de tamanha importância só para si é indescritível. Em mente, outros planos vinham à cabeça – sendo a família Forchheim responsável pelo âmbito de estudos científicos e descobertas de suma importância para a continuidade da evolução humana – agora titulada quimera – o hospital supramencionado por Orion seria o palco perfeito para a prática destas pesquisas, tendo fontes de recursos ilimitados e cobaias sempre disponíveis.

Por outro lado, nunca sequer foi capaz de desenvolver aptidão para administração. Essa parte sempre apeteceu aos irmãos mais velhos; guerra, economia, história, e outras vertentes designadas à futura geração de nobres residentes de Calipso. Enquanto isso, você, Terpsícore, importava somente em se manter bonito e ótimo aluno da cátedra de etiqueta. Isso em seus olhos é arrependimento? Uh, acho que sim.

— Eu adorei, Orion! Você é incrível! — Mente na lata, extraindo forças do íntimo para transparecer sinceridade. Enlaça os braços ao redor dos ombros do rapaz, por conseguinte, afundando o rosto na curvatura de seu pescoço. Deposita ali beijos demorados – tua maneira de retribuir as regalias de vossa alteza. — Temo, porém, precisar de ajuda para manter o hospital atendendo as necessidades da população. — Orion é esperto, inteligente demais para a idade, e de certo entenderia as entrelinhas. Você se afasta e sorri a ele. Até mesmo no palácio as paredes ouvem e vigiam. Melhores que os insetos que rastejam sob suas ordens pelo encanamento do edifício.

— Sabe, estive pensando que talvez você possa vim a ter comigo no centro de pesquisas financiado por meus pais. — O polegar passeia pela derme delgada, dando atenção às bochechas cinzentas de Orion, traçando um percurso até o queixo pontudo. Você não compreende como alguém capaz de ebulir seu sangue seja dono de uma temperatura corporal tão baixa. O puxa para um selinho demorado. Tem algo que quero te mostrar lá. Algo que você vai gostar. E o encara bem fundo, transmitindo todos os significados por trás do pedido por intermédio do contato visual.

— Hum. Você mencionou ter duas surpresas, certo? — Recorda enfim, momentaneamente. — Gostei muito da primeira, claro, mas qual seria a segunda? — Questiona sem mais tamanhas expectativas de agrado. Você, Terpsícore, gosta de demonstrar interesse a Orion – ou fingir, vez ou outra. Embora não seja de todo enciumado, receia perdê-lo – e todos os privilégios que vem com ele.

Você não presta, Terpsícore. E o pior de tudo é que você gosta disso.






COM: Orion Weingarten
Terpsícore Forchheim
RAWRRRR CARALHO

11

20/04/2019

Terpsícore Forchheim

Ir para o topo Ir para baixo

— ultraviolence

— ultraviolence Empty Re: — ultraviolence

Mensagem por Albedo Souteyrand Qua maio 01, 2019 12:01 am




É melhor reinar no inferno do que servir no céu

A sopa de emoções que se mostrou na face do nobre Forchheim foi capaz de extrair uma sincera e curta risada do outro. Mexer com o coração e mente das pessoas era um hobby divertido demais para o príncipe, fazendo-o provar aos outros que ele também tem um coração em meio a tanta maldade. “Acho que eu amo o medo dos tolos”, pensou enquanto encarava o mais novo que em seguida depositou beijos em seu pescoço, “e ainda mais dos sábios”.

Como todo homem de sua idade, Orion sentia interesse pelas atividades sexuais típicas da espécie. Até mesmo o rapaz ali conseguia atrair sua libido, mas sua mente se encontrava tão focada em outros pensamentos que todas as suas ações em resposta aos beijos eram automáticas, quase subconscientes. O que era irônico quanto a isso, entretanto, é o fato de que o príncipe não era o único mentiroso ali. As duas criaturas vestidas de quimeras estavam apenas brincando de ser pessoas. Uma atuação nada convincente, mas prazerosa o bastante.

Quando escutou o elogio em agradecimento, o príncipe somente fechou suas pálpebras por mais tempo que o normal e levemente puxou os lábios num sorriso quase imperceptível. E quanto ao que foi dito posteriormente, respondeu:

— Você não precisa se preocupar. Eu o ajudarei com tudo que precisar. — E de fato ia. O príncipe somente não tomou as rédeas do hospital por completo porque sabia que isso iria fazê-lo perder muito tempo, além de deixá-lo como foco. Por consequência, a sua presença não poderia ultrapassar as cortinas do palco. Felizmente para ele, ser aquele que sussurra as falas era exatamente o que queria. — Basta não cometer erros. — Foi explícito, quase ameaçador. Se tudo desse errado por culpa de um deslize de Terpsícore, nenhuma palavra dos inúmeros idiomas que Orion é fluente seria capaz de traduzir tudo que ele faria em retorno, em vingança.

Algo fora dos planos de Weingarten ocorreu naquele quarto. Terpsícore o convidou para ir ao centro de pesquisas de sua família.

— O que é que você quer me mostrar lá? — perguntou enquanto tinha seu rosto acariciado pelo outro. Orion não conseguia esconder sua curiosidade. Era difícil para ele aceitar surpresas, embora gostasse de fazer. Quiçá o jovem príncipe ainda fosse inocente demais para ler as entrelinhas da fala de seu amigo. O nobre precisaria ser bem claro para haver compreensão do outro. — A segunda surpresa é mais tarde. Tenha paciência — pediu exatamente o que lhe faltava. — Então, o que vamos ver no centro de pesquisa? — Sem mais delongas, levantou-se da cama e ajeitou seu roupão de cetim. Estava pronto para ir para qualquer lugar para ver “algo que vai gostar”.

λ. À sua estultícia o homem chama destino.

Albedo Souteyrand
— ultraviolence F38e44b22b05c89f67333c5fce360962

36

20/04/2019

Albedo Souteyrand

Ir para o topo Ir para baixo

— ultraviolence

— ultraviolence Empty Re: — ultraviolence

Mensagem por Terpsícore Forchheim Qui maio 02, 2019 9:27 pm




U CAN'T DENY
THE BEAST INSIDE



Você é preenchido por uma onda de satisfação tão logo Orion atesta auxílio, caso necessário, para administrar o hospital designado a seus cuidados. Conseguiu o que queria. Parabéns.

Na cabecinha caótica, alimenta mil e uma ideias de como usar o edifício público a seu favor. A fachada permaneceria a mesma; oferecer serviços gratuitos à comunidade carente em prol da restauração da saúde e bem estar. Centenas de plebeus viriam de todos os cantos de Weingarten, e o venerariam por tamanha bondade sua. Seria bom investir seu dinheiro – dinheiro de seus pais, na verdade - no projeto. Hora de crescer, pequeno Terpsícore, e se tornar um homem de negócios. Piada. Como se você fosse mesmo capaz disso.

O interesse real pontua o interior do monumento, no subterrâneo da construção, projetado sobre tumbas e recriado a fim de prover uma ala psiquiátrica de qualidade similar às prisões da antiguidade – em breve, o palco das maiores infâmias da história do homo chimaeram. Nem mesmo a conotação intimidante de vossa alteza seria capaz de privá-lo deste acalento lúgubre. Revira os orbes dourados, tamanho prazer ao imaginar tudo o que te causa uma baita ereção; gritos, sangue e lágrimas. Você é de dar nojo, garoto.

Um suspiro escapole das narinas dilatadas, o transe findando ao que o príncipe desvencilha-se do conforto do abraço. Arqueia a sobrancelha, confuso. Ele exibe grande atrativo para com sua proposta, mas no fundo você sabia que isso iria acontecer. — Os cientistas que trabalham para papai fizeram grandes avanços na área genética, estudando células troncos defeituosas por conta da radiação constante. — Decide que é melhor dispor de todos os detalhes de uma só vez, sorvendo a atenção do outro com o início do plano arquitetado há anos, pouco antes de atingir a maturidade. Orion estaria em suas garras.

— A pesquisa levou ao desenvolvimento de uma mutação capaz de se hospedar em qualquer forma de vida não botânica. Ele incuba a vítima e pode prover a ela sustento ilimitado; proteínas, vitaminas, sais minerais. O vírus rouba parte do código genético do hospedeiro e, bem, digamos que quando ele eclode de dentro do hospedeiro, não é nada agradável. — Ri baixinho, recordando dos testes em humanos no segundo centro de estudos Forchheim, criado por sua família. Seu pai não mantém escrúpulos quando o assunto é adquirir conhecimento. Você herdou isso dele, Terpsícore. A maçã podre não cai tão longe da macieira. — Existe uma maneira de criar vida, Orion, e não é da forma convencional. — Se existia no príncipe dúvidas sobre o que você falava, de certo ela se extinguira.

Levanta, sorrateiro, e finge descaso com o que acabara de contar em alto e bom som, somente para dar tempo ao amante de assimilar todo o enredo dos fatos verídicos. Cruza o quarto a passos lentos e para defronte o closet do jovem Weingarten, recolhendo dali uma camiseta de linho cor vinho que te atraíra. Ela fica linda em você assim que a veste, sobreposta e apertada nos poucos músculos desenvolvidos – vê a imagem refletida no espelho, perguntando-se por um momento de narcisismo se você é mesmo real ou um deus.

Um ronronar desponta da porta neste instante, e você vira o rosto para encarar Velha Noite. A pantera adentra o âmbito, coberta de sangue e entranhas, carregando entre os dentes uma mão decepada que é largada aos pés de Orion. Um presente, na cultura felina. — Oh, ela gosta de você. — É tudo o que diz, aos risos, visando o monarca pelo reflexo.






COM: Orion Weingarten
Terpsícore Forchheim
RAWRRRR CARALHO

11

20/04/2019

Terpsícore Forchheim

Ir para o topo Ir para baixo

— ultraviolence

— ultraviolence Empty Re: — ultraviolence

Mensagem por Albedo Souteyrand Sex maio 03, 2019 6:27 pm




É melhor reinar no inferno do que servir no céu

Naquela dança mortal de dois predadores, Orion se sentia realmente vivo. Ele tinha noção que seu parceiro era nada ingênuo e, em razão disso, conseguia enxergar através de cada mentira do príncipe. O outro também, mas ambos eram incapazes de saber as verdadeiras intenções por trás das palavras que inventaram para cada resposta. Ainda assim, continuavam a dar os passos daquela valsa. Ninguém queria errar, não podiam.

Terpsícore não parecia se importar muito com o interesse do outro por aquilo que havia no laboratório da família, visto que se encontrava antes sentado no colo do nobre. E o príncipe sequer prestou atenção nisso, ele não se importava com sentimentos que podia ter machucado. Não pertenciam a ele.

Quando mencionadas as células tronco, pode-se notar o brilho nos olhos do jovem príncipe. “Impossível. Impossível!” Como um estudioso amante da ciência, células tronco era algo que Orion já conhecia, embora não fora dos livros. Ouvir que havia experimentos com tal lenda das antigas eras o deixava eufórico.

— ...impossível — deixou escapar entre seus lábios em um murmuro durante a explicação de Terpsícore.

A forma de vida criada artificialmente tinha como característica o comportamento dos vírus. Apesar de não serem considerados vivos, os vírus são capazes de se multiplicar e ainda possuem código genético, o famoso DNA. Para Orion, isso era mais que o suficiente para ser classificado como uma criatura vivente. E como somente sua opinião realmente importava, ele não enxergava diferença entre a criação da família Forchheim e qualquer outro ser vivo, exceto, é claro, que a nova espécie é capaz de tomar todo o seu interesse.

“Não é da forma convencional”, repetiu várias vezes em seus pensamentos. Orion permaneceu atônito por muitos minutos após ouvir todas as palavras surpreendentes do outro. Apesar de conseguir assimilar informações estranhas e complexas em curtos períodos de tempo, ele não estava pronto para absorver o oceano de possibilidades que aquela notícia jogou nele.

O príncipe se vestiu em silêncio. Seus olhos arregalados deixavam claro que estava consciente, acordado pensando mais rápido que o habitual. Em certo instante até se esqueceu da presença do mais novo.

Orion é retirado de seu devaneio quando uma mão foi largada em frente aos seus pés, respingando algumas gotas de sangue em sua pele clara.

— Eu também. — Quis dizer que também gostava de si mesmo. Ele jamais diria que gostava de um animal, embora dissesse isso costumeiramente a algumas poucas quimeras, como Terpsícore e Diana.

Antes que deixasse seus aposentos para conhecer a criatura artificial no laboratório dos Forchheim, Orion foi até a frente do mais novo e olhou em seus olhos. Seu objetivo era tentar se conectar ainda mais com o outro através de um olhar, mas conseguiu somente gerar um momento embaraçoso.

Uma serpente saiu de uma mecha na parte de trás da cabeça de Orion contornou o corpo do príncipe. Na boca do réptil, havia uma pequena caixa de cor preta. Vossa alteza a pegou antes da cobra retornar a ser cabelo.

— Terpsícore — disse Orion enquanto levava um joelho ao chão e dobrava o outro, ficando ajoelhado de frente para o outro —, essa é a minha segunda surpresa. Você aceita casar comigo? — Então abriu a pequena caixa que tinha em mãos, mostrando um par de alianças de ouro.

Na cabeça do príncipe, ele não planejava se ajoelhar perante um nobre. Entretanto, seus planos se alteraram quando descobriu que aquele rapaz era muito mais interessante do que poderia ter imaginado. Quase que agradecia a Alta-Ministra por esse momento. Quase sentia seu coração bater mais rápido.

λ. À sua estultícia o homem chama destino.

Albedo Souteyrand
— ultraviolence F38e44b22b05c89f67333c5fce360962

36

20/04/2019

Albedo Souteyrand

Ir para o topo Ir para baixo

— ultraviolence

— ultraviolence Empty Re: — ultraviolence

Mensagem por Terpsícore Forchheim Sáb maio 04, 2019 8:36 pm




U CAN'T DENY
THE BEAST INSIDE



As mãos vão à cintura em pose insolente; encara por longos minutos a própria imagem refletida no espelho magnânimo e brilhante, cuja moldura reluz em ouro cravejada com pedrarias de valor inestimável – não passando de mimo para a realeza. O rapaz que te encara de volta é jovem, de ar soberbo e munido de primazia da cabeça aos pés. Olhos claros, frios e indisciplinados, como se desafiassem somente por estarem abertos. Lábios fartos, cheios de mentiras. Pele delicada, alva, entrando em contraste no corpo escultural que usa como arma para conquistar desafios. É você, Terpsícore. Legatário do segundo ramo da soberania Forchheim.

— Eu sou tão bonito. — Enamora-se aos suspiros, erguendo a mão rente ao reflexo para acariciar a face muitíssimo bem desenhada, tocando a superfície rija ao invés. Ouve, no entanto, os sussurros do príncipe a sua tangente, quebrando o culto que faz a si mesmo. — Não é impossível, tolinho. Minha beleza é tão real quanto a sua, acredito. — Vira o rosto para encará-lo, rindo, crente de que ele falava consigo quando na verdade o rapaz parecia mais ocupado em discutir com ele mesmo após o enunciando minutos atrás, onde dispusera das notícias acerca do laboratório familiar.

Extremamente afeiçoado a vossa majestade, trata de segredar tudo o que acontece em sua vida para ele, não tendo mais ninguém com quem pudesse fazê-lo. Sem amigos além de Nadine, uma das poucas jovens do corpo nobre de Calipso de quem realmente gostava, você anda quase sempre solitário. Não que seja uma coisa ruim. Você acredita não precisar da companhia de mais ninguém além da sua, não é mesmo, Terpsícore? Oh, certo, certo. Excedendo a de Orion. O mencionando em pensamento, o observa outra vez, por mais longos minutos. Ele também é muito bonito, e apesar de seu coração não acelerar com a proximidade do monarca, sabe que tem sentimentos fortes por ele. E como poderia não ter, após tanto tempo andando ao seu lado?

Ele te compreende melhor que seus pais, atura teus surtos e não se chateia com os resultados catastróficos resultantes das mudanças de humor que geralmente te acometem. Ele agora faz parte da loucura que habita dentro de você, e se delicia com esse lado sombrio, oculto por baixo da máscara de rapaz doce que você costumeiramente usa. Ele nem mesmo estranha tua ligação obscura com os animais, e até diz gostar de Velha Noite quando ela o presenteia com a mão da criada que te irritou um par de horas atrás. Você alarga o sorriso; ele é o homem certo.

— Tudo okay? Podemos ir? — Finalizando o penteado perfeito, chama pelo amante, o apressando. — Sabe como o observatório fica um pouco longe, e eu não gosto muito das carruag... — As palavras morrem antes de sobressair da língua inerte à boca aberta consoante a expressão de choque. Orion acaba de ajoelhar a sua frente, glamouroso, e em uma das mãos exibe joias lustrosas alusivas a uma união matrimonial – ambas as alianças possuem pedras grandes, de tirar o fôlego. Concomitante o pedido singular, ele apenas requer uma única resposta; você se casaria com ele, Terpsícore? Ele não precisaria perguntar duas vezes, não mesmo. Isso só pode ser um sonho. A umidade lava as íris de um verde líquido, você está prestes a chorar.

— Orion, ah, eu... eu... — Sente o pulso bater forte contra o ouvido, a euforia fermentando as veias e fazendo o sangue correr rápido. Louvada e queridíssima seja Naraka por esta dádiva. — Sim, sim, sim, eu aceito. — E se joga sobre Orion, enlaçando os braços ao redor do pescoço de outrem e fundindo seus lábios ao dele em um beijo tão acalorado que seria capaz de derreter as paredes do palácio. Sente o frescor da boca alheia, inerte às vontades de seu amado. Este é o seu momento, e você daria tudo para vivê-lo de novo, de novo, e de novo. Até mesmo sua pantera de estimação demonstra satisfação com o acontecimento, ronronando baixinho na cabeceira da cama. Você pressiona o corpo cada vez mais contra o de Orion, pronto para domá-lo de vez, esfregando a ereção contra a virilha dele e clamando para que a proposta fosse consumada agora nos lençóis.

Ele queria colocar uma coroa em sua cabeça, e você então faria dele um rei. O seu rei. Vida longa – até onde durar.






COM: Orion Weingarten
Terpsícore Forchheim
RAWRRRR CARALHO

11

20/04/2019

Terpsícore Forchheim

Ir para o topo Ir para baixo

— ultraviolence

— ultraviolence Empty Re: — ultraviolence

Mensagem por Conteúdo patrocinado

Conteúdo patrocinado

Ir para o topo Ir para baixo

Ver o tópico anterior Ver o tópico seguinte Ir para o topo


Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
PARCEIROS
:: Topsites Zonkos - [Zks] ::